Torcedores vascaínos sofreram emboscada de corintianos, diz promotor
O promotor Paulo Castilho, responsável por combater a violência nos estádios de futebol de São Paulo, afirmou nesta quinta-feira (4) não ter dúvida de que os torcedores do Vasco sofreram uma emboscada dos torcedores do Corinthians na noite de quarta-feira (3), pouco antes do jogo entre as duas equipes no estádio do Pacaembu. No confronto, uma pessoa morreu e sete ficaram feridas. Além disso, 27 torcedores foram detidos.
Não há dúvida nenhuma de que foi uma emboscada. Temos informação de que no ano passado um torcedor do Corinthians foi morto no Rio de Janeiro, afirmou Castilho. De acordo com o promotor, o problema poderia ter sido ainda maior: o plano dos vascaínos era ir até a sede de Mancha Verde, torcida organizada do Palmeiras, e de lá seguir a pé para o Pacaembu.
Mobilizei-me para levá-los direto para o estádio, para não causar problemas. Mas não contávamos com essa audácia deles [os torcedores do Corinthians] estarem armados, até com arma de fogo, disse o promotor.
De acordo com Castilho, 20 batedores da Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (Roçam) e duas viaturas da Polícia Militar faziam a escolta de 13 ônibus do Vasco, com 600 a 700 torcedores no total. Eles seguiam da Rodovia Presidente Dutra pela Marginal Tietê rumo ao estádio, quando, nas proximidades da Ponte das Bandeiras, encontraram um ônibus parado na pista.
Neste momento, segundo o promotor, torcedores do Corinthians que estavam escondidos no ônibus saíram com paus e pedras e começaram a atacar os ônibus. Quatro carros de passeio também participaram da ação. Apesar da escolta policial, os torcedores vascaínos reagiram e foi iniciada uma briga generalizada, que durou de cinco a dez minutos.
Para o promotor, a polícia não falhou. Há alguns anos, essa escolta seria feita com apenas quatro batedores. Ontem eram 20. Precisamos repensar essa estratégia preventiva, e tomar mais medidas para conter a violência. Também é preciso equipar, remunerar melhor os policiais que trabalham em eventos esportivos e investir na especialização, afirmou.
Torcida organizada
Os torcedores detidos em sua grande maioria corintianos, segundo Castilho foram levados para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde eram ouvidos nesta quinta. A expectativa do promotor é de que eles sejam autuados por formação de quadrilha e rixa qualificada. Depois, os que forem identificados como tendo participação no homicídio devem ser autuados por homicídio qualificado.
A suspeita da polícia é de que os envolvidos fazem parte da torcida organizada Gaviões da Rua São Jorge formada por dissidentes da Gaviões da Fiel. Segundo o promotor, o ônibus que participou da emboscada saiu da Rua São Jorge.
- SuperVasco