Torcedora fala sobre o 'Vascaínas contra o assédio', faixa exibida no Maraca
A vitória do Vasco da Gama sobre o ABC -RN por 1 a 0, na noite da última quinta-feira (5), não foi apenas dentro de campo. Nas arquibancadas, um grupo de torcedoras aproveitou a semana do Dia da Mulher, celebrado em 8 de março, para fazer uma manifestação. Com a faixa "Deixa Ela Torcer", o coletivo feminino "Vascaínas Contra o Assédio" chamou a atenção no Maracanã e passou uma importante mensagem.
- O grupo surgiu depois de diversos relatos nas redes sociais de torcedores vascaínas, além do caso de uma jornalista sofrer assédio em uma entrevista ao vivo e quando uma assessora do Vasco foi ofendida em um clássico. Com tudo isso, pelo incômodo e indignação, criamos um movimento que acolhesse essas mulheres na luta contra o assédio - afirmou Eloiza Marques, coordenadora do coletivo.
Com quase 150 mulheres de diferentes idades presentes no grupo, a iniciativa começou em julho de 2018 com o intuito de chamar a atenção para situações desconfortáveis que acontecem com torcedoras nas arquibancadas. Além disso, elas se reúnem durante os jogos para torcerem juntas, trazendo segurança para as mulheres que não querem ir sozinhas ao estádio
- Escolhemos o jogo contra o ABC por ser a data mais próxima do 8 de março. Entramos com a nossa faixa escrita "Deixa Ela Torcer" e foi muito importante. Tivemos muita visibilidade com isso. É bom o pessoal estar atento que estamos ali, que as mulheres estão presentes, que estão tendo voz na arquibancada. Desde o início da temporada as mulheres relatam direto na página quando acontece alguma coisa. Elas se sentem acolhidas, abraçadas e ouvidas. Juntas elas têm forças para continuar e não abandonar o estádio.
Às vésperas do Dia Internacional da Mulher, Eloiza tem apenas um desejo: mais força e apoio para torcedoras, jogadoras e outras nulheres envolvidas no meio esportivo.
- Torcemos muito para que as meninas do futebol feminino possam jogar em São Januário, por exemplo. Elas também merecem aquele espaço. Contamos com a ajuda do clube, pois as mulheres de lá têm algumas cartilhas e ouvidoria que esperamos que possam sair do papel, atendendo mulheres quando acontecem coisas mais sérias. Desejamos muito que as mulheres que trabalham na imprensa tenham mais respeito e espaço, pois é direito delas. Queremos ter mais força e mais apoio dos clubes, que a gente possa se unir para termos mais visibilidade ainda.
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