Torcida

Torcedora atendida por bombeira agredida lembra sufoco na Ilha do Retiro

As cenas de violência na partida entre Sport e Vasco não saíram da cabeça daqueles que estavam na Ilha do Retiro, no último domingo. Após o gol de empate do time carioca, torcedores rubro-negros invadiram o gramado. Um homem - ainda não identificado pela Polícia - agrediu a bombeira Juliana Martins, que seguiu trabalhando mesmo após o ocorrido.

Entre os pacientes socorridos, estava Carolayne Souza. Durante a invasão da torcida ao campo, a massoterapeuta - que estava na arquibancada da sede - inalou gás de pimenta lançado pela polícia na tentativa de conter a multidão.

- Bem na hora do gol do Vasco eu comecei a passar mal. Primeiro pelo nervosismo, depois por conta do gás (de pimenta) que a polícia soltou. Comecei a passar muito mal, vomitei e depois apaguei. Depois que eu vi os vídeos circulando na internet, eu soube da agressão que ela sofreu. Por incrível que pareça, eu fui atendida depois que ela sofreu a agressão - conta.

Receosa com o ambiente violento no entorno da Ilha, Carolyne relembrou a briga entre os torcedores do Sport na partida contra o Cruzeiro, e afirma que, apesar da cena lamentável, se sentiu aliviada já que, a sua intenção inicial era de levar a filha para assistir à partida.

"Eu ia levar a minha filha. Não levei justamente por causa do que aconteceu no domingo passado (confusões de organizada contra o Cruzeiro). Hoje eu sei o sentimento das pessoas quando elas dizem que têm medo de ir para jogo", explica.

O cenário violento nos estádios, principalmente contra as mulheres, também trouxe um alerta para a massoterapeuta, que demonstrou preocupação com a falta de segurança durante as partidas de futebol.

- Eu não tenho palavras para agradecer porque, nesta mesma situação, poderia ser que outras pessoas não tivessem a mesma coragem que ela teve de conseguir se manter firme diante de uma agressão. A gente viu uma mulher sendo agredida enquanto exercia o trabalho dela - afirma.

"A gente luta contra isso todos os dias e parece que nunca vai passar, nunca vai mudar. Ontem foi Juliana, mas poderia ter sido eu"

Fonte: ge