Torcedor leva arruda e fé para torcer pelo título em Curitiba
Carlos Henrique Nascimento era um dos quase 22 mil torcedores que encheram São Januário na primeira partida da final da Copa do Brasil. Não se trata de um vascaíno simbólico, mas dono de características que o tornam singular. Com um galho de arruda, passa quase todas as partidas do seu time de coração se benzendo. Além disso, não sai de casa sem a inscrição Fé, compondo elementos que fazem dele um personagem. E não apenas em São Januário, mais principalmente quando o time cruz-maltino precisa de seu apoio nas decisões fora de casa.
Por isso, Caíque, como é conhecido, garante que estará no Paraná para apoiar o Vasco contra o Coritiba nesta quarta-feira, no jogo de volta da decisão da Copa do Brasil. E garante que nunca deixará de acreditar no título nacional que não vem há 11 anos, mesmo que a situação pareça impossível. Foi assim que ele ficou conhecido, quando flagrado pelas câmeras de televisão se benzendo com o galho de arruda no momento em que seu time perdia por 3 a 0 para o Palmeiras na decisão da Copa Mercosul, em 2000. Valeu acreditar na fé. Em pleno Palestra Itália, o Vasco virou e venceu por 4 a 3 (assista ao vídeo abaixo).
O operário de 42 anos vai deixar de lado a rotina de quase 12 horas diárias de trabalho para viajar de ônibus até Curitiba. Deixará o Rio de Janeiro na manhã desta terça, junto da caravana de uma torcida organizada em direção ao Couto Pereira. Caíque não sabe ao certo se o ingresso está incluído nos cerca de R$ 150 que pagou pela viagem. Mas garante que estará no estádio usando todos os seus dispositivos para ver o Vasco levantar a taça novamente.
- É ruim de eu perder esse jogo! Já me falaram que o ingresso está garantido, mas não sei exatamente como vai ser. Só tenho a certeza de que estarei lá fazendo a minha prece pelo Vasco. Estava na final do Brasileiro de 1989, no Morumbi. Então, mais uma vez vai ser fora de casa, como na Mercosul. Foi naquele jogo a primeira vez que levei o galho de arruda - lembrou ele, que mora em Nova Iguaçu, município da Baixada Fluminense.
Mesmo sempre visto fazendo sua reza nas finais, Caíque garante que nunca abandonou o Vasco em meio ao jejum de títulos. Afirma que foi a quase todas as partidas pela Série B do Brasileiro, em 2009, e que acompanhou algumas das derrotas para o Flamengo em decisões do Campeonato Carioca. Assim, ele mostra que a fé é eterna, mas a paciência, nem tanto.
- Tenho certeza de que sou pé-quente. Se não for campeão dessa vez, acho que desisto. Mas agora não tem jeito, o Vasco vai ganhar.
Caíque já levou sua fé e sua arruda a São Paulo e garantiu presença em Curitiba. Mas, quando o assunto é Libertadores, o Vasco poderá sofrer o desfalque. No momento de acompanhar o time fora do Rio de Janeiro, ele sofre a marcação da mãe, Dona Zélia.
- Ela fica muito preocupada quando eu viajo. Então, para fora do Brasil, ela não vai deixar.