Torcida

Torcedor dá exemplo e garante por antecipação seu lugar diante do Boavista

Antes uma tarefa frequente, acordar com o nascer do sol para comprar ingresso para um jogo do Vasco se tornou uma piada ultimamente. Descontentes com a perda da Taça Guanabara, os três últimos públicos, juntos, não reúnem três mil torcedores. Para inspirar a galera a comparecer à Colina, neste domingo, às 17h, contra o Boavista, o LANCENET! fez uma vigília nas bilheterias e conheceu Maikhel Ammari, que pôs a paixão por seu clube acima de qualquer derrota.

Morador da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, esse cruzmaltino de 26 anos acordou às 8h e, de folga no trabalho, não pensou duas vezes: encarou cerca de 30km de carro para garantir seu lugar na arquibancada. Segundo uma das bilheteiras de São Januário, apenas duas pessoas fizeram o mesmo plano de Maikhel, até às 12h.

E, até topar com esse aspirante a narrador esportivo, a reportagem observou duas histórias curiosas. A primeira aparição no posto de venda, às moscas, foi de uma botafoguense, que gostaria de uma entrada para o clássico no Maracanã. Embora divulgada, a não comercialização no local frustrou a menina.

Em seguida, um rapaz se aproximou. Mas também não era vascaíno. O santista Danilo Ventura visitava a cidade e queria conhecer o estádio.

– Já virei a página e todos deveriam fazer o mesmo. Aliás, para ajudar, poderia ser feita uma promoção, o jogo é contra um time pequeno. É feio termos o menor público do Rio. A torcida do Vasco já provou que é imensa e apoia. Afinal, o Carioca não acabou – ressaltou Maikhel, que quase parou do outro lado da grade:

– Joguei no juvenil do Vasco, mas não deu certo. Fui atropelado, parei por dois anos e meu pai exigiu que eu me dedicasse aos estudos depois.

Como comparativo, para o duelo com o Volta Redonda, domingo passado, só 74 ingressos foram vendidos antecipadamente. No sábado, de tão monótona, a bilheteria para sócios estava fechada na hora do almoço.

E aí, qual vai ser, galera?

Camisa retrô deu empurrãozinho

De olho no novo site oficial do Vasco, lançado esta semana, Maikhel se interessou pela camisa personalizada em homenagem ao ídolo Geovani, que vestiu a 10 do clube na década de 1980. Resolveu, então, unir as vontades: – Assisti ao treino, algo que não posso fazer muito, e fui dar uma conferida na lojinha do Vasco com o objetivo de levar o uniforme do Geovani, que me deu muitas alegrias – comentou o torcedor.

A ida à Colina também serviu para acertar a entrada de sua enteada ao gramado juntamente com os jogadores: – Falei com o Souza (volante), com quem já disputei pelada, e ele vai tentar com que o Carlos Alberto a conduza. Assim, aproveita para realizar um sonho.

Fonte: Lance