Futebol

Título da Copa do Brasil e AVC de R.Gomes vão ficar na memória

Aposentadoria de Ronaldo

Se em janeiro, o futebol brasileiro recebeu um craque de volta (Ronaldinho Gaúcho fechou com o Flamengo), em fevereiro um outro pentacampeão mundial decidiu pendurar as chuteiras. Em 14 de fevereiro, 12 dias após a eliminação do Corinthians na fase preliminar da Taça Libertadores, Ronaldo anunciou o fim da carreira. Aos 34 anos, o maior artilheiro da história das Copas (15 gols) disse não mais suportar as dores e o desgaste físico causado pelas cirurgias nos dois joelhos.

- Na quinta-feira (10 de fevereiro, dia que decidiu a parar), as dores me consumiam. Eu perdi para o meu corpo. Esse é o momento de parar – afirmou na entrevista em que chegou às lágrimas.

Em 7 de junho, diante de 30 mil pagantes no Pacaembu, Ronaldo, muito acima do peso, atuou por 15 minutos com a camisa da Seleção Brasileira em amistoso contra a Romênia. No pouco tempo em que esteve em campo, teve três boas chances de marcar, mas não conseguiu se despedir do futebol com fez tantas vezes na carreira: balançando a rede.

Rogério Ceni Gol 100

Goleiro tem a finalidade de evitar gols. Correto? Sim. Mas quando o arqueiro chama-se Rogério Ceni, as metas são mais amplas. Bem mais. Fazer um gol para um camisa 1 é um feito digno de muita comemoração. E marcar 100 gols? É algo quase impensável. Pois o capitão do São Paulo conseguiu. E em grande estilo.

Em 27 de março, Ceni balançou a rede pela centésima vez. E logo no clássico diante do maior rival do Tricolor Paulista. Rogério fez o gol que garantiu a vitória por 2 a 1 sobre o Corinthians, no Campeonato Paulista.

Um gol que garantiu uma marca que vai durar por muito tempo. Ou será que um outro goleiro conseguirá a proeza não de evitar cem gols, mas de marcá-los? Em 2011, Ceni acrescentou outro número marcante a seu currículo: chegou a mil jogos com a camisa do São Paulo, na partida contra o Atlético-MG, em 7 de setembro, pelo Brasileirão.

Santos 4 x 5 Flamengo

Alguns jogos ficam marcados na memória do torcedor. São lembrados para sempre. Santos 4 x 5 Flamengo, em 27 de julho, pelo Campeonato Brasileiro de 2011, é uma dessas partidas. Não só pelos nove gols, fato raro no futebol atual. Mas também pelo golaço de Neymar, que colocou o Peixe com a vantagem de 3 a 0. Também pelas reviravoltas no placar. Em um espaço de 15 minutos, o Flamengo igualou o marcador (3 a 3). Seis gols no primeiro tempo.

Na etapa final, mais emoção. Neymar fez outro belo gol, colocando o time da casa novamente em vantagem. Aí foi a vez de Ronaldinho Gaúcho dar o ar da graça. Em sua melhor atuação com a camisa do Flamengo, o camisa 10 empatou novamente o jogo com uma cobrança de falta genial (colocando a bola por baixo da barreira, que saltou). E fez o quinto gol (o seu terceiro na partida), garantindo a vitória do campeão carioca sobre o campeão paulista em um jogo histórico. Que vai ficar na memória. Daqui a dez, vinte, trinta, cinquenta, cem anos, o 5 a 4 na Vila Belmiro será lembrado.

Acusação contra Cesar Cielo

Em 2011, Cesar Cielo foi “testado ao limite”, segundo o próprio nadador. O motivo principal da provação foi a notícia que surgiu como uma bomba em 1 de julho: um exame antidoping do campeão olímpico, realizado durante o Troféu Maria Lenk, havia apresentado a presença do diurético furosemida. Substância proibida por ter a capacidade de esconder a presença de outras consideradas dopantes. A Confederação Brasileira de Desportes Aquáticos decidiu apenas advertir o nadador, aceitando a alegação de contaminação de um suplemento alimentar.

No dia do anúncio do resultado, Cesar Cielo colocou terno e gravata para fazer um pronunciamento, no qual garantiu, emocionado, ser inocente.

Exatos 20 dias depois, o Tribunal Arbitral do Esporte confirmou a decisão, permitindo que o nadador disputasse o Mundial em Xangai logo em seguida. Decisão que gerou protestos de alguns nadadores. Na competição, Cielo conquistou duas medalhas de ouro, nos 50m estilos livre e borboleta.

Os pênaltis da Copa América

Para cumprir o sonho de ganhar o título mundial dentro de casa – algo que não conseguiu, apesar de ser o recordista de conquistas de Copas do Mundo -, a Seleção Brasileira não poderá contar com os jogos das Eliminatórias para preparar o seu time para 2014. Em 2010, a Copa América foi uma grande oportunidade para Mano Menezes treinar, com tempo, a equipe. Mas o saldo foi para lá de decepcionante.

Em quatro jogos na competição realizada na Argentina, apenas uma vitória. E uma precoce eliminação nas quartas de final. Com direito a uma histórica disputa de pênaltis contra o Paraguai, quando o Brasil conseguiu a ‘proeza’ de perder quatro penalidades em quatro cobranças. Um ‘feito’ que dificilmente será igualado.

A cirurgia de Ricardo Gomes

Um clássico com a rivalidade de Vasco x Flamengo tem uma alta carga de emoção e dramaticidade. Mas o duelo entre os gigantes do futebol brasileiro em 28 de agosto foi ainda mais tenso. O jogo foi equilibrado e muito disputado, como costuma ser um ‘Clássico dos Milhões’. Mas o placar (0 a 0) não foi o que marcou quem estava no Engenhão naquele domingo. E sim o acidente vascular encefálico sofrido pelo treinador Ricardo Gomes no banco de reservas vascaíno, durante o segundo tempo da partida.

O jogo foi interrompido, e o treinador foi levado para uma ambulância ainda dentro do gramado. E chegou a um hospital próximo do estádio em situação gravíssima. Correndo risco de morte.

Campeão da Copa do Brasil com o Vasco dois meses antes, o treinador passou por uma delicada cirurgia no cérebro. Operação bem sucedida, que permitirá ao técnico, segundo seus médicos, voltar a comandar o Vasco em 2012.

Morte de Simoncelli

Marco Simoncelli era considerado um futuro campeão da MotoGP para muitos especialistas em motovelocidade. Seu arrojo na pista e sua descontração fora dela chamavam a atenção. Mas a ascensão do jovem piloto italiano terminou precocemente em 23 de outubro. Simoncelli faleceu após perder o controle de sua moto na segunda volta do GP da Malásia e ser atingido pelas motocicletas de Colin Edwards e Valentino Rossi, que vinham atrás. Em um dos mais chocantes acidentes da história do automobilismo.

Simoncelli foi atendido ainda na pista, mas não resistiu ao fortíssimo impacto e morreu, com apenas 24 anos.

Campeões

Santos, Vasco e Corinthians foram os grandes campeões do país em 2011, conquistando as principais competições com participação de clubes brasileiros. O Peixe voltou a comemorar o título da Libertadores depois de 48 anos, com Neymar liderando ao time ao caneco. O Vasco permitiu uma grande alegria à imensa torcida cruzmaltina ao conquistar a Copa do Brasil. Um título relevante, que o clube não ganhava desde 2000, quando foi campeão brasileiro. E em dezembro, foi a vez dos corintianos vibrarem, com o quinto Brasileiro ganho pelo Timão. Título assegurado na última rodada de um Campeonato Nacional extremamente equilibrado e emocionante.

Morte de Sócrates

No mesmo dia em que o Corinthians conquistou o quinto título brasileiro, os torcedores do clube tiveram motivo para ficar tristes. Na manhã de 4 de dezembro, faleceu um dos principais jogadores da história do Timão e do futebol brasileiro. Um craque diferente: formado em medicina; que começou tarde no esporte, aos 20 anos; que não tinha porte atlético; e cujo discurso não se limitava aos chavões usados pelos boleiros. Tinha forte consciência política e social.

Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira marcou época nos anos 70 e 80 com a camisa do Corinthians e da Seleção Brasileira. No Alvinegro, foi três vezes campeão paulista (79, 82 e 83) e foi o principal líder da Democracia Corintiana, movimento que, em uma época em que o país ainda estava sob regime militar, deu mais voz aos jogadores nas decisões internas do clube. Na Seleção, foi o capitão do inesquecível time da Copa de 82. Que encantou o mundo, mas não conseguiu chegar ao título.

Aos 57 anos, o ‘Doutor’, que tinha problemas de saúde derivados do consumo excessivo de álcool, não resistiu a uma terceira internação em um período de quatro meses. O ex-jogador faleceu vítima de choque séptico (infecção generalizada causada por bactéria).

Barcelona 4 x 0 Santos

Os torcedores do Santos tinham plena consciência que a missão era espinhosa. Derrotar o Barcelona no Mundial de Clubes seria muito difícil. Mas os santistas tinham motivos para manter a esperança. O campeão da Libertadores contava com Neymar e Ganso em campo, além do goleiro Rafael, peça decisiva na conquista do título continental, e o estrategista Muricy Ramalho à beira do gramado.

Mas o choque de realidade foi rápido. A distância do campeão europeu para um dos melhores times brasileiros – para muitos analistas, o melhor – ficou evidente em menos de um tempo de jogo. Em 44 minutos, quando Fabregas fez o terceiro gol do Barça, a decisão do Mundial estava resolvida.

A melhor definição do que foi a partida (4 a 0 para o Barça) foi dada por Neymar logo após o apito final.

- O que vivemos aqui vai servir de lição para levar de volta ao Brasil. O Barcelona ensinou como se joga futebol

Fonte: Blog Memória E.C. - ge