Time do Vasco alterna em momentos bons e ruins, e gera desconfiança
Fosse uma pessoa, o Vasco poderia ser diagnosticado com bipolaridade em 2018. O time - e consequentemente a torcida - alterna momentos de euforia e desespero com muita frequência, partida após partida. Os últimos jogos são prova disso. A montanha russa cruz-maltina faz feridas dentro, fora de campo, nas arquibancadas e gera um clima de desconfiança constante.
A satisfação das viradas até chegar na final do Carioca se transformou em frustração após o gol do botafoguense Carli nos acréscimos e a derrota nos pênaltis. No Brasileiro, confiança em alta após vencer o Galo de virada. No jogo seguinte, atropelamento por 4 a 0 frente ao Racing na Argentina e futuro na Libertadores ameaçado.
Os três jogos fora do Brasil na Libertadores são um caso à parte. Primeiro, vitória por 4 a 0 sobre o Universidad de Concepción, no Chile. Nas outras duas, derrotas por 4 a 0 para Jorge Wilstermann e Racing. Contra os bolivianos, na altitude de Sucre, o sofrimento só terminou graças a Martín Silva, herói nas cobranças de pênaltis.
Até o encantamento com a grande fase de Paulinho se transformou em choro após a joia fraturar o cotovelo e saber que ficará cerca de quatro meses inativo.
As escolhas de Zé Ricardo
A instabilidade do time respinga diretamente no trabalho do treinador, que, embora tenha crédito com a diretoria e torcedores, tem algumas escolhas questionadas. Internamente há quem desaprove o fato de ele ter optado por mudanças de esquema tático em algumas partidas decisivas do Carioca e no duelo com o Racing. A avaliação é que foram arriscadas demais, principalmente por causa do pouco tempo de treinamento.
O diagnóstico é de que a equipe perde confiança e a probabilidade de erros aumenta. Também há quem torça o nariz para a manutenção de alguns jogadores que não estão em alta com a torcida, como Paulão e Wellington. Uma das características de comando de Zé Ricardo é dar confiança aos atletas, assim ele acredita que ganha a lealdade do elenco.
Diretoria: cada um para um lado
Formada no início deste ano após a eleição de Alexandre Campello, a cúpula do futebol também tem alguns problemas de comunicação. Muitas vezes o vice de futebol Fred Lopes, o diretor Paulo Pelaipe e o gerente Newton Drummond não falam a mesma língua. O processo é de isolamento.
A demissão de Rodrigo Caetano do Flamengo criou um fantasma bem próximo para os profissionais do futebol. Ele é próximo ao presidente Campello e conta com a admiração de muita gente influente no clube.
Neste domingo, o Vasco tenta se equilibrar mais uma vez. A equipe enfrenta a Chapecoense, em Santa Catarina, pela segunda rodada do Brasileiro.
Fonte: geMais lidas
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