Tiago analisa trajetória no Vasco e volta a dizer que quer ficar
Na noite da última segunda-feira (10/01) o repórter Thiago Veras, da Rádio Manchete, entrevistou o goleiro Tiago, que estava emprestado ao Bahia, no programa \"Manchete Esportiva\". Na oportunidade, o goleiro-artilheiro fez um análise de sua trajetória no Vasco e voltou a afirmar que gostaria de voltar para jogar a Libertadores.
Confira na íntegra a transcrição da entrevista:
Quer ficar no Vasco?
\"Eu tenho sim vontade de jogar no Vasco, de ir para o treino e trabalhar com esse grupo. Eu tenho contrato até o fim do ano. Agora eu retornei de empréstimo e tenho que esperar a posição da direção para ver o que pode acontecer, se eu vou ficar com o grupo, se eu vou ser emprestado de novo. Eu não sei direito o que vai acontecer, porque o pessoal já está em Atibaia-SP e estou aqui no Rio treinando. Vou lá todo dia, me apresento junto com o Rominho, que é preparador físico, e o Fabiano, que é o supervisor. Então vou lá todo dia e faço o meu trabalho.\"
Como está sua situação?
\"Eu falei com meu empresário nesses dias, mas sinceramente eu não sei dizer o que eu vou fazer. Tanto que por enquanto eu estou ficando na casa do Fernando, ex-zagueiro do Vasco, que é um amigo que tenho aqui porque eu não sei se eu vou ficar ou não. Se eu for ficar aí que vou ver apartamento e arrumar minhas coisas.\"
Gostaria de voltar para jogar a Libertadores?
\"É uma competição díficil, complicada e acho que eu posso ajudar com a minha experiência, com tudo que já passei no clube e fora dele. Eu acho que eu posso ajudar, mas não depende só de mim. Eu estou aqui e espero um posicionamento da direção, que agora trocou. O Rodrigo Caetano saiu e quem assumiu agora foi o Daniel. Ainda não sei como vai ficar.\"
Por qual motivo você não conseguiu ter uma sequência como titular do Vasco?
\"Em 2008 foi um ano bem difícil, com mudança de presidente no meio do ano e isso acaba atrapalhando todo o clube. Não só o Vasco já viveu isso, mas também o Corinthians, o Botafogo no ano que teve a queda. Então o ambiente acaba ficando um pouco tumultuado, acabou tendo problemas e nada deu certo. Em 2009 eu fui o titular no Campeonato Carioca, estava muito bem, vinha jogando na Copa do Brasil e com um time de outra maneira, com um time mais organizado graças ao trabalho do Rodrigo junto com o Roberto Dinamite. Foi diferente e eu estava bem, mas tive uma contusão que atrapalhou, tive que fazer uma cirurgia antes da estreia do Campeonato Brasileiro da Série B. Na manhã que antecedeu o jogo o médico foi no quarto e falou que eu tinha rompido o menisco e que tinha que operar. Aí foi desespero, eu chorei um monte, mas não pela cirurgia, mas sim pelo momento que eu vivia. Estava dando tudo certo e isso me atrapalhou. O Prass entrou, entrou bem e eu fiquei no banco. Minha recuperação foi rápida, com quinze dias eu já estava com o grupo, porque eu sofri muito para recuperar rápido, mas logo em seguida tive uma lesão na panturilha, o que é normal para quem passa por uma lesão no joelho. Eu me recuperei e nunca mais tive nada, mas o Prass já estava numa crescente e não retornei ao time titular. Ai veio 2010 e eu joguei dois jogos só, um amistoso e outro pela Copa do Brasil. Já em 2011 surgiu a oportunidade jogar e como estava sem ritmo eu achei que seria bom. O Vasco liberou, acertou com o pessoal lá um empréstimo de um ano. Daí eu fui para o Bahia e tive um começo bem dificil. Eu cheguei lá para liderar o time, eu e o Souza atacante. Não conseguimos ir bem lá, mas ele é diferente, pois é atacante. Nessa posição um dia dá certo e goleiro não, goleiro tem que esperar. Foi isso que aconteceu. Joguei pouco jogos lá, metade no Campeonato Baiano. Depois eles contrataram o Marcelo Lomba, que entrou e arrebentou, jogou muto, jogou muito mesmo. Nos jogos que eu consegui jogar no Brasileiro fui muito bem, pois estava com muito ritmo. Joguei muito bem contra o Flamengo no Engenhão, contra o Grêmio, Atlético Mineiro. Então esse empréstimo foi bom para mim, pois pude jogar um pouco e jogar bem. Agora retornei de empréstimo, mas não sei o que vai acontecer. Mas se eu não tive uma sequência como titular do Vasco foi por causa da minha contusão, que prejudicou bastante. Foi graças a ela que o Prass entrou, entrou bem e não saiu mais.\"
O que aconteceu com o Vasco em 2008?
\"Fizemos um Campeonato Carioca muito bom. Foi um campanha razoável. Não conseguimos ganhar, mas não foi ruim já que o time estava começando a criar alguma coisa. E na Copa do Brasil a gente estava jogando muito, a gente jogou uma Copa do Brasil fantástica. Saímos na semifinal para o Sport e nos pênaltis. Quando perdemos aquele jogo para o Sport o time começou a cair um pouco. Acho que o time sentiu muito a eliminação e logo em seguida teve eleições, o que deixou as coisas um pouco atrapalhadas. Até organizar demorou um pouco.\"
Você pretende continuar batendo faltas?
\"Se tiver a oportunidade eu sem dúvida vou tentar. Mas agora eu tenho que me dedicar bastante dentro do gol. Mas para mim não tem problema. Se o treinador me der a oportunidade, eu vou lá e faço. Eu cumpro a ordem do chefe.\"
Por qual motivo você não consegui se tornar o cobrador oficial de faltas do Vasco?
\"Na época, quando começou o campeonato, eu cheguei fazer gols de pênalti e bati umas quatro faltas. Uma bateu na trave e outra passou de raspão. Mas depois chegou o Edmundo, tinha o Leandro Amaral e com esses caras é complicado bater. Futebol não é tão simples assim. A gente acaba tendo um pouco de calma e exercendo só a nossa função. É até engraçado, porque na nossa estreia no Campeonato Brasileiro contra o Inter, um dia antes da gente ir para Porto Alegre a gente estava treinando falta. Tava eu, o Leandro Bonfim, o Morais. O Antônio Lopes viu e disse que o cobrador seria o que tivesse o melhor aproveitamento. Era uma falta só para cada um, se acertasse era que repetia. Eu sei que bati sete faltas seguidas e o Leandro Bonfim me expulsou e disse que não tinha como competir comigo.\"
Você continua treinando cobranças de falta?
\"Esse ano foi bom porque eu fisicamente eu estou muito bem. Graças a Deus o joelho nunca mais incomodou. Não acontece mais nada. Antes se eu fosse treinar e bater vinte faltas o joelho inchava. Então era uma coisa chata. Inchava e não tinha nada, pois era falta mesmo de força muscular. O doutor Alexandre Campello sempre me falou que eu precisava fortalecer e colocar na cabeça que não tinha nada no joelho. Então agora dá para treinar tranquilo.\"
Você pensa em sair do país caso não fiqueno Vasco?
\"Agora eu já tirei minha carteira de indentidade italiana e isso já ajuda bastante, mas não é tão simples. Eu estou um bom tempo sem atuar e preciso voltar a atuar aqui para a situação melhorar. Então eu tenho paciência para isso também. É um objetivo que eu tenho de até jogar na Europa, até para dar uma qualidade de vida para meu filho que vai vir. Eu ainda não tenho um filho porque eu e minha esposa decidimos segurar. Eu quero que meu filho possa estudar fora do país. Eu sonho com isso e espero um dia conseguir. Não sei se vai ser daqui a seis meses, daqui a um ano, dois anos, não sei, mas que quero fazer isso.\"
Seu empresário te passou proposta de algum clube?
\"Ele só passa para mim quando tem alguma coisa concreta ou um quadro fechado. Ele não fala especulação, porque mesmo antes de eu vir para o Vasco estavam me especulando no Grêmio e o Atlétco Mineiro e eu pedi para ele só me falar de coisas concretas. Eu não gosto de hipótese, de cavada, não gosto disso. Então ele só me passa algo quando existe algo concreto. Não tendo, ele não me passa. Ele me falou que tinha duas ou três situações agora, mas que elas estavam emperrando em algumas outras partes aí. Então vou ter que esperar, não se de clube, não sei de lugar, não sei de nada e por isso vou ter que me preparar para ajudar no Vasco ou em outro lugar\"
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