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Tenente-coronel do Bepe explica decisão veto do E-Ticket

Os milhares de novos sócios do Vasco que ainda estão sem carterinha foram surpreendidos negativamente na manhã de hoje (4) ao saberem que não poderão garantir pela internet seus ingressos para a cobiçada partida deste domingo (8), contra a Chapecoense, no Maracanã. A Polícia Militar, em conjunto com a administração do estádio, vetou a aceitação dos chamados E-Tickets (bilhetes via celular ou papel impresso) por questões de segurança e operacionalização, e o clube decidiu por comercializar as entradas virtuais somente para os associados que já possuem o documento vascaíno.

O inesperado problema causou longas filas no primeiro dia de vendas exclusivas para sócios, uma vez que a grande maioria dos mais de 150 mil associados ainda não possuem a carteirinha física.

O transtorno foi ainda maior para quem mora fora do Rio de Janeiro e não poderá estar nos pontos físicos para garantir seu ingresso. Por conta disso, muitas caravanas de outras cidades e estados estão sendo canceladas.

Comandante do Batalhão Especializado em Policiamento em Estádios (Bepe), o tenente-coronel Silvio Luiz justificou o veto argumentando que não há suporte para aceitar E-Tickets em um jogo onde são esperadas mais de 60 mil pessoas.

"O motivo é que não há suporte para isso. Venho fazendo estudos, analisando câmeras dos jogos e constato que o torcedor ainda não se adaptou ao E-Ticket. Ele retira o celular do bolso na frente da catraca, aí abre o aplicativo, muitas vezes falta sinal e ele não consegue. Outras vezes a tela está com brilho apagado, aí dá o celular na mão da menina, depois ela devolve... Isso gera uma retenção na roleta absurda. Num jogo para 70 mil pessoas há, as vezes, um fluxo de mil pessoas na catraca. Se travar, vai gerar uma fila absurda", disse ao UOL Esporte.

Segundo o tenente-coronel, o próprio Vasco reconheceu que teve uma experiência ruim com E-Ticket na última partida em São Januário, na vitória por 1 a 0 sobre o Cruzeiro.

"Para as pessoas, parece que a culpa do problema foi da Polícia, mas isso foi gerado pelo clube. Não foi testado, não jogou no Maracanã para testar... Não dá para fazer de surpresa, com um público enorme. Tem que ser planejado, calculado, não é simplesmente alterar o local para o Maracanã e receber milhares de pessoas por E-Ticket. O próprio Vasco reconheceu que não funcionou isso em São Januário. Muitas pessoas entraram no segundo tempo", disse Silvio Luíz.

O comandante do Bepe ainda ressaltou que nos jogos do Flamengo no Maracanã também não são aceitos E-Ticket. Somente a carteirinha física de sócio ou o ingresso físico.

Já nos jogos do Fluminense, o E-Ticket é permitido somente em partidas de baixo apelo de público.

"Não é questão de veto. O clube é tão responsável quanto os outros órgãos. É muito fácil transferir a responsabilidade", finalizou o tenente-coronel.

No que compete especificamente ao Vasco, as principais reclamações dos sócios têm sido a falta de prioridade aos associados mais antigos. O programa do clube prega que, quanto maior a frequência nos jogos, maior será sua pontuação (rating) e, consequentemente, isso te permitirá ter prioridade na compra, algo que, segundo os próprios, não aconteceu.

Outra reclamação se deu pelo congestionamento do site. Quem possui os planos que dão 100% de desconto no ingresso precisa acessar o portal e fazer o "check in" para carregar o bilhete em sua carteirinha. Muitos, porém, tentaram por horas e não conseguiram.

O UOL Esporte entrou em contato com a diretoria para saber as justificativas para estes dois temas, mas até o fechamento desta reportagem, não obteve resposta.

A carga total de ingressos será de 70 mil mas, a princípio, cerca de 58 mil serão colocados à venda. O número de bilhetes comercializados, porém, poderá aumentar.

Fonte: Portal Uol