Talles relembra críticas de vascaínos sobre extracampo: 'Um pouco pesado'
Talles Magno, hoje, parece mais feliz do que em janeiro, quando vivia às turras com a torcida do Vasco. Depois da primeira temporada no New York City, retornou ao Brasil para as festas de fim de ano e tratou logo de descolorir a barba de adolescente, um gesto que remete mais ao menino da lambreta de 2019 do que ao atacante sisudo dos últimos tempos em São Januário.
Longe do clube que o revelou, Talles experimentou o glamour da vida no exterior e a leveza do recomeço sem ter de lidar com os dedos pesados dos vascaínos nas redes sociais. Sobrevoou a ilha de Manhattan de helicóptero, posou de fashionista em passeio pela Quinta Avenida, assistiu a jogos de basquete no Madson Square Garden e bateu ponto na steakhouse do badalado chef turco Salt Bae, seguido por mais de 40 milhões nas redes sociais.
Ao mesmo tempo, viveu a dureza da saudade de amigos e familiares. Teve de aprender a se virar sozinho na Big Apple, dividindo apartamento com Thiago Andrade, também brasileiro e companheiro de time. Descobriu que, por mais que quisesse logo ser titular, levaria tempo para acumular minutos em campo. E que o inglês não seria uma língua fácil de aprender.
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O ano terminou bem. Foi o autor do gol do título da Conferência Leste da MLS. Na decisão geral, contra o Portland Timbers, entrou já no finzinho, quando tudo indicava que o empate persistiria e o campeão seria decidido nos pênaltis. O brasileiro de 19 anos foi escalado para bater e colaborou para o triunfo. No balanço que faz do que viveu, ressalta o aprendizado:
— Aqui, joguei de camisa 10, de volante. Fui também centroavante, joguei pelos dois lados do campo. Aprendi que devo me empenhar para terminar as jogadas, finalizar mais. Quero ser o melhor Talles possível, não importa onde.
Com o tempo, Talles passou a se sentir mais confortável. Ele faz três aulas de inglês por semana e já consegue entender as instruções que recebe do técnico norueguês Rony Deila. Quando o assunto não é o jogo, as dificuldades ainda existem. A comida americana também causa estranheza. “É muito apimentada”, afirma. Sua vida ficou mais fácil quando contratou uma brasileira que, uma vez por semana, deixa o bom e velho arroz e feijão pronto na geladeira.
Uma maneira de aplacar a saudade seria aproveitar mais os atrativos da cidade. Convites para frequentar a vida noturna nova-iorquina não faltaram, ele diz. Questionado sobre as críticas que vascaínos faziam do seu comportamento fora de campo, defende-se:
— Eles me cobravam por estar em festas, mas eu não estava. Eram fotos antigas que repostavam nas redes sociais. Isso me prejudicava muito, eu não era essa pessoa que mostravam. Pegaram um pouco pesado comigo. Eu sei que não estava rendendo, mas tenho minha personalidade, até hoje nunca tomei álcool.
São águas passadas. Talles viu e lamentou o Vasco não conseguir voltar à Série A em 2021. Sua maior colaboração para que o desfecho fosse outro foi a venda para o New York City, em maio, transferência que rendeu ao clube cerca de R$ 31 milhões. O dinheiro serviu para que o cruz-maltino pagasse salários atrasados.
Agora, o que preocupa mesmo Talles é seguir crescendo dentro do time americano. Por enquanto, ele continua reserva. E o sonho da Europa segue vivo:
— Estou feliz. Tive de aprender a ser homem de verdade nos EUA. Ainda não sou titular e, em 2022, eu quero ser. Quero ser o melhor jogador da MLS.
Fonte: Agência O GloboMais lidas
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