Taça da Série B aguardada com ansiedade por responsável pela sala de troféus
Na Colina, a maior autoridade quando o assunto é a sala de troféus é dona Angelina. Guardiã da mais admirada sala vascaína há 30 anos, ela já a chama de segunda casa. No dia em que o título da Série B pode sair, contra o Campinense, às 21h, no Amigão, com transmissão em tempo real pelo LANCENET!, o L! conversou com a figura e colheu histórias de quem, de fato, ama o clube e anseia pela nova filha.
Com a companhia de dona Marli, a Xuxa, cantora e compositora nas horas vagas, que é encarregada dos serviços gerais na sala do presidente Roberto Dinamite, Angelina, de 67 anos, esbanja simpatia e carinho com a coleção de nada menos que 7.500 troféus (contando mais de 20 esportes). O último do futebol, no entanto, veio da Taça Rio de 2004.
As pessoas olham, acham normal, mas para mim esses troféus são uma segunda família, pois passo mais tempo com eles que com meus parentes. Sinto-me alguém especial, e estou com saudade de um novinho.
Fiquei mal acostumada revelou ela, que, vez por outra, diante das dificuldades, fala com os troféus: Quando estou um pouco chateada, até converso, baixinho, com as taças: Ai, vocês dão um trabalho! Embora esbarre em conquistas como a Libertadores de 1998 e os quatro Brasileiros da Primeira Divisão, dona Angelina garante que a Série B terá, sim, seu lugar especial.
O espaço já está guardado. E será aonde chame a atenção, pois conseguimos voltar ao nosso lugar. É claro que não queria o Vasco na B, mas agora se tornou um sonho vencer a competição deliciou-se.
Aos domingos, não há visitação à sala e, às segundas, ela fica fechada para manutenção. Mesmo assim, a frequência segue grande, diz ela: Durante a semana vem uns 30 por dia, e aos sábados pula para 50.
Muito ligada a Angelina, Marli reverencia a amiga pela paciência.
Ela vale ouro. Eu sou levada e não cuidaria direitinho brinca.
Confira bate-bola com Dona Angelina:
Entre todas, qual taça é a mais especial para a senhora?
Eu não estava aqui ainda, mas é o troféu do título brasileiro de 1974 que gosto mais. É bonito, imponente e bem trabalhado. O orgulho é grande.
Que tipo de pessoas costuma visitar a sala de troféus?
Tem os que vêm admirar, ficam felizes e até os que choram. Mas há outros que noto que não são Vasco e falam besteiras. Isso me deixa triste. Os jogadores não conhecem. Espero que venham agora.
Vamos entupir a sala de troféus em breve
João Ernesto Ferreira, Diretor do Centro de Memória do Vasco
A princípio, a visitação à sala não ficou prejudicada com a queda e o jejum de título. Na verdade, com o sucesso do programa de sócios, que já atingiu 40 mil cadastrados, temos mais pessoas habilitadas a transitar pela área, que é restrita. Na gestão anterior, eram só 900.
Além disso, as performances no Carioca e na Copa do Brasil levantaram a autoestima do torcedor. Há uma séria crise financeira que impede que alguns projetos sejam tocados, mas digo que, além de mudanças estruturais, vamos voltar a entupir a sala de troféus em breve. Quanto a dona Angelina e a Xuxa, são patrimônios do Vasco, que é abençoado por tê-las. O carinho é sacerdotal.