Sub-17: Com Paulinho, Seleção encara a Inglaterra
É um campeonato disputado por garotos. Eles têm 16, 17 anos, mas já chegam a este momento do Mundial da categoria com status de grandes revelações. E mostraram isso ao longo da competição na Índia. Para brasileiros e ingleses, a semifinal desta quarta-feira, em Calcutá, será ainda mais especial. Brasil, na América do Sul, e Inglaterra, na Europa, são as forças dos seus continentes. Nesse grande jogo, testarão gerações especiais. O GloboEsporte.com detalha todos os lances em Tempo Real. A Rede Globo e o SporTV 2 transmitem a partir das 9h (de Brasília).
Paulinho, do Vasco, e Lincoln, do Flamengo, têm impressionado desde a estreia contra a Espanha. Não só pelos gols, cada um marcou três até aqui, mas pela intensidade, força física, personalidade. Mas na caminhada com cinco jogos e cinco vitórias até a semifinal, outros nomes se revelaram. Gabriel Brazão, do Cruzeiro, goleiro que virou símbolo de uma defesa segura - a menos vazada da competição. Os meias Alanzinho, do Palmeiras, e Marcos Antônio, do Atlético-PR, baixinho que se agigantam nas decisões. E Brenner, do São Paulo, que também é artilheiro do time no Mundial.
O Brasil também chega forte mentalmente para esta decisão. O fato de ter enfrentado, e vencido, Espanha e Alemanha ao longo da campanha tornou o grupo mais forte. Foram vitórias impactantes, de virada.
- É um trabalho que a gente faz ao longo desses anos. Sempre trabalhamos a mentalidade, preparar para adversidades. Tinha dito que esse grupo tinha muito a dar e que com o passar dos jogos a tendência é que eles ganhassem confiança e crescessem na competição. Isso tem acontecido, apesar de termos enfrentado logo de cara uma equipe muito difícil, e a gente já teve que superar as adversidades na estreia contra a Espanha (vitória de virada do Brasil). Eu acho que essa equipe tem muito a dar, vamos fazer um grande jogo contra a Inglaterra na semifinal - disse o técnico Carlos Amadeu.
Após sair do banco de reservas e marcar o gol de empate contra a Alemanha, o lateral-esquerdo Weverson, do São Paulo, retomou a condição de titular no último treino comandado por Carlos Amadeu antes da semifinal. A seleção retornou para Calcutá depois da indefinição em relação ao estádio da partida. Com as péssimas condições do gramado em Guhawati, a Fifa fretou um voo para as duas equipes. Apesar do desgaste, o elenco fez um trabalho de recuperação e foi à campo normalmente, já com a presença do defensor.
Weverson no treino da seleção brasileira sub-17 (Foto: Richard Souza/GloboEsporte.com)
Além da inclusão de Weverson, uma das preocupações de Carlos Amadeu visando o confronto foi preparar a equipe para uma eventual disputa de pênaltis. No Mundial Sub-17, não há prorrogação em caso de empate. A Inglaterra já teve que decidir seu futuro na marca da cal, quando enfrentou o Japão, nas oitavas de final.
Com a volta de Weverson, a escalação da seleção brasileira é a mesma daquela que começou o torneio na Índia. Contra o English Team, o time deve ser composto por Gabriel Brazão; Wesley, Vitão, Lucas Halter e Weverson; Victor Bobsin, Marcos Antônio e Alanzinho; Brenner, Lincoln e Paulinho.
Ingleses têm geração promissora
A Inglaterra é uma das cinco seleções europeias participantes do Mundial. Além dela, só a Espanha sobreviveu e faz a outra semifinal contra Mali. Ficaram pelo caminho Alemanha, França e Turquia. Em seu elenco, alguns jogadores já têm algum prestígio. O principal nome é Jadon Sancho, que chegou a jogar a fase de grupos do Mundial da Índia, mas a pedido do seu clube, o Borussia Dortmund, teve que abandonar o campeonato e voltar para a Alemanha. Jadon é um atacante de qualidade nas assistências e nos dribles, além de ter faro de gol. Certamente fará falta. Bom para o Brasil.
- Assim como o Brasil, a Inglaterra não depende de apenas um jogador. É um desfalque, um jogador diferente, tanto que está jogando numa equipe profissional, a equipe solicitou ele, tem valor de mercado muito alto (foi vendido por € 7 milhões (R$ 26 milhões), mas eles têm jogadores de muita qualidade em todos os setores. A Alemanha, por exemplo, é mais forte no setor ofensivo. A Inglaterra é mais equilibrada - avaliou o técnico do Brasil.
Outro que chama a atenção é Angel Gomes, do Manchester United. Ele é inglês de ascendência portuguesa e primo de Nani, um dos destaques dos Red Devils no fim da última década. O meia de 1,68m é mais habilidoso do que a média. Além disso, mostra boa visão de jogo e controle de bola para organizar a equipe. Mais destaques do English Team: o meia central Phil Foden e o atacante Rhian Brewster, que tem quatro gols no Mundial.
- A Inglaterra, ao longos dois últimos dois, três anos, tem feito um grande trabalho nas divisões de base. Não só nos clubes, mas também na seleção. Investiram num CT maravilhoso, têm uma qualidade de trabalho com seus profissionais e têm material humano hoje. Não são só os atletas ingleses, eles têm atletas de outras nacionalidades, que são naturalizados. A Inglaterra tem se destacado nas competições internacionais nas diversas categorias. Nessa categoria, tivemos a oportunidade de enfrentá-los três vezes e sempre foram jogos muito equilibrados, muito difíceis. É uma seleção credenciada, assim como o Brasil. Por isso buscamos fazer jogos contra essas equipes na preparação para essa competição.
Fonte: ge