Categorias de base

Sub-15: Vascaínos foram recebidos pelos familiares no aeroporto

Não basta ser pai, tem que participar. As famílias dos jogadores da Seleção Brasileira Sub-15 levam a sério o ditado popular. Os pais de Mosquito, Índio (ambos do Vasco), Robert, Davi (do Fluminense) e Caio (Flamengo) foram para o Uruguai acompanhar os filhos na disputa do Sul-Americano da categoria. Mas não bastou o apoio durante os 15 dias da competição que terminou com o título brasileiro. Eles ainda voltaram horas antes para poder recepcionar os campeões no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, na madrugada desta terça-feira.

- Acompanhamos desde a Granja Comary até o fim do mundo – brinca Carlinhos, pai de Matheus, conhecido como Índio.

Cerca de 20 pessoas aguardavam os jogadores, entre amigos, parentes e namoradas. A pequena Maria Eduarda, de apenas dois anos estava elétrica no aeroporto. A espera do primo, ela não parava quieta no colo do pai. Quando perguntada cadê o Matheus, respondia com um sorriso:

- Está vindo!
Matheus, seleção sub-15 (Foto: Luna Vale / Sportv)Maria Eduarda também foi dar seu carinho ao primo
Matheus (Foto: Luna Vale / Sportv)

As famílias dos jogadores já se conheciam das disputas dos estaduais. Como velhos amigos, um pergunta para o outro sobre um parente que ainda não chegou ou se aquele tio que estava doente melhorou. Uma das mães garante que a viagem serviu para deixar todos ainda mais unidos, outro pai elogia a recepção e a torcida uruguaia. Contam que os filhos não conseguiam passear pois estavam focados no treinamento e, quando tinham tempo livre, dormiam até tarde ou ficavam na internet. Mas é Roberto, pai de Robert, que sintetiza o sentimento geral.

- É muito bom voltar para casa! Não aguentava mais aquela comida (risos). Quero comer arroz e feijão – desabafa.

As namoradas de Mosquito e Índio também ficaram felizes com o retorno dos meninos. Por conta de estudo e trabalho, elas não puderam viajar e passaram quase dois meses longe dos namorados. As duas, que coincidentemente se chamam Bruna, afirmam que sentem saudade, mas que precisam se acostumar com isso, já que é a profissão que eles escolheram.

- A gente fica com saudade, mas é normal. Se ele for jogar em outro lugar, é a carreira dele. Acompanhei tudo pela TV, quase chorei na hora que entregaram os troféus – revela Bruna, de 14 anos, namorada de Mosquito, que recebeu os prêmios de artilheiro e melhor jogador do campeonato.

Pais reclamam da falta de apoio dos clubes


Carlinhos revela que os jogadores sofreram muito assédio de empresários durante a competição. Diversos representantes europeus estavam presentes e buscavam conversar com as famílias visando uma possível transferência. Aos 16 anos, os jogadores podem assinar o primeiro contrato profissional. Mas a maioria dos pais mostra ser contra a ida para Europa.

- Quero que o meu filho fique ainda por muito tempo aqui – afirma Roberto.

Eles cobram dos clubes cariocas um investimento nas categorias de base. Comparam com a estrutura em São Paulo e afirmam que no Rio deveria ser igual. Os pais garantem que adorariam ver os filhos jogando no Brasil, mas pedem que os times invistam e usam Neymar como exemplo.

- Queremos que eles fiquem, desde que os clubes invistam como fizeram com o Neymar – explica a mãe de Robert.

As famílias reclamam ainda que os representantes dos clubes não estavam no aeroporto para receber os jogadores. Dizem que eles deveriam estar por lá para dar parabéns aos campeões, já que os atletas também representam as instituições.

Mas, independente do cansaço e das reclamações, os pais estão felizes. Felizes por terem a oportunidade de acompanhar seus filhos, de vê-los fazendo o que eles mais gostam e, principalmente, de poder estar presente em mais essa conquista.

Fonte: Sportv.com