Política

Sérgio Frias explica os pilares da campanha

Exclusivo: Sérgio Frias, candidato à presidência, explica os pilares da campanha:”A solução do Vasco está na força de sua história”
Há vinte dias da eleição para presidência, os holofotes estão todos virados para Vasco. Enquanto os candidatos intensificam os trabalhos a fim de angariar votos. Um dos nomes para ocupar a vaga, ganha destaque trata-se de Sérgio Frias, da chapa ‘Aqui é Vasco‘. O benemérito concedeu uma entrevista exclusiva ao portal Futebol na Veia.

Quem é Sérgio Frias?

O candidato tem um currículo profissional vasto, assim como uma trajetória invejável no clube. Ao passo que ele é escritor, historiador, professor e pesquisador. Além disso, tem formação em direito e gestão esportiva. Como se não bastasse, é benemérito e fez parte de capítulos importantes do Gigante da Colina. Ou seja, Sérgio Frias foi conselheiro de 2001 a 2011 e de 2014 a 2017. Contudo, de 2015 a 2017 ocupou o cargo de vice-presidente do Conselho Deliberativo.

Inegavelmente sua amizade e parceria com o ex-presidente Eurico Miranda, falecido em março de 2019, saltam aos olhos. Em contrapartida, foi das mãos de Sérgio Frias que saiu a biografia “Todos contra ele”. O livro apresenta ao leitor um Eurico diferente dos rótulos da mídia. Dessa forma, fica claro que o aluno seguirá a risca o amor e respeito ao clube que seu professor sempre pregou como lema.

Breve apresentação

A princípio, vale ressaltar que a entrevista exclusiva foi realizada através de um aplicativo de mensagens. Com o intuito de iniciar a sabatina de perguntas, o candidato se apresentou juntamente com seu lema de campanha.

“…Há uma opção para quem pensa Vasco sem distorções históricas, sem reverberação continuada de mentiras, sem massificação de inverdades”.

Pilares da campanha

Com uma história de vida que se mistura a do Cruz-Maltino, Sérgio Frias é um exímio conhecedor da realidade atual do clube. Assim sendo, questionamos quais são os projetos/pilares da campanha e prontamente ele nos respondeu sem pestanejar. No entanto, deixou claro que para o desenvolvimento acontecer é necessário respeitar a tradição, os capítulos construídos nesses 122 anos.

“Os pilares da campanha são o desenvolvimento do clube, respeitando preceitos e tradições. O posicionamento institucional altivo, a preocupação em trazer o sócio para dentro do Vasco. O olhar nas crianças e jovens vascaínos, respeito aos mais experientes. O futebol como carro chefe e vários outros esportes olímpicos/pan-americanos com a participação do clube. Visando exposição da marca, retorno de mídia e aumento do espaço de repercussão, envolvendo a instituição de forma positiva perante o público. Além de parcerias para investimentos, tanto quanto para diminuição da dívida, nos quais ganhem os dois lados que negociem (clube e parceiro).“

Diferente dos demais

Com seis candidatos confirmados a presidência do Vasco, às vezes é normal as propostas serem semelhantes e os sócios acabarem exaustos de ouvir a mesma coisa. Mas Sérgio garante que não apresenta contos ou promessas com o intuito de ludibriar o eleitor.

“O sócio está sendo convencido a acreditar nas mais estapafúrdias promessas. Vários candidatos não falam a língua do povo, o que os faz parecerem acima da média. Quando, na verdade, não têm na solução de problemas o lidar com as dificuldades diárias de quem está à frente de um clube com a dimensão que tem o Vasco, com a complexidade que é o Vasco.”

Nesse sentindo, Sérgio Frias completou que traz um diferencial em sua campanha que é usar a sinceridade e mostra a força do clube como principal solução.

“Altos negócios podem ser feitos com o clube e qualquer um que sente na cadeira de presidente poderá escolher ofertas. Mas normalmente elas versam sobre um ganho muito maior da outra parte, se comparado ao Vasco. Embora sejam narrados alguns contos de fada ou entoados cantos de sereia para iludir o associado. A solução do Vasco está na força de sua história, de sua marca e de sua torcida. E o foco nos três pontos é o cerne para o sucesso do clube em novas empreitadas, negócios e parcerias.”

Irregularidades para eleição direta

Em agosto deste ano, sob duras críticas e protestos, foi realizada de forma online a votação com o intuito de definir de eleições diretas na Assembleia Geral Extraordinária (AGE). Entretanto, o rito usado para aprová-la feriu as normas do estatuto do clube. O Futebol na Veia, perguntou a opinião do candidato que enfatizou ser uma vergonha o que aconteceu.

“O processo foi claramente incorreto e uma vergonha para o currículo de quem o desenvolveu. Contrariando o estatuto em vários pontos. Valendo-se de subterfúgios infantis e sem qualquer preocupação institucional, mas sim partidária.”

Mudanças no estatuto é primordial

Desde o ano passado, o Vasco vive um processo que tem como resultado a reforma de estatuto. Entretanto, sofre interferências com ações judiciais. Ao passo que mudanças no regulamento interno não são unânimes. Mas nas campanhas das dez chapas inscritas é dito que tudo começa com a mudança do estatuto. Sérgio Frias concorda com essa constante sobre o assunto. Além de afirmar ser uma de suas primeiras intervenções do seu mandato, caso seja eleito no pleito.

“Claro. Os grupos que se puseram contra fizeram um desserviço ao Vasco, consciente e por razões inconfessáveis. Promover a reforma do estatuto, primordialmente. A segurança do parceiro com relação ao clube se inicia quando percebe nele um porto seguro para embarcar.”

Tirar o clube do vermelho

As finanças do Vasco não estão nada bem, salários atrasados já virou uma rotina. De acordo com Sérgio Frias, a solução para regularizar e aumentar a receita do Vasco, é simples. Nesse ínterim, é claro que tende de se buscar investidores, parceiros e não desperdiçar oportunidades.

“Essa é uma solução que todos têm, e vejo como algo resolvido. A, o projeto de cada um deve ser em nome do Vasco e não particular. Quem vencer terá do outro os projetos dados, os investidores, parceiros, oportunidades. Pois quem se recusar a fazer isso ficará marcado no quadro social como oportunista, individualista, ególatra ou mentiroso. O papinho de que “o parceiro só confia em mim” é balela, não cola mais.”

Lei do mandante

Em 2001, o então presidente Eurico Miranda foi um visionário por peitar a emissora carioca, Globo. Mesmo que por razões diferentes é algo que se anunciava caso a lei do mandante fosse aprovada. Embora ainda que com o engavetamento da proposta, mas qual é sua opinião sobre o tema?

“A negociação em grupo é o caminho, uma distância reduzida e baseada na meritocracia, partes iguais em grande parte do bolo se mostra a solução para competições mais equilibradas e rentáveis para todos. A Rede Globo buscou a chamada “espanholização” do futebol brasileiro em 2011, o que foi um grande erro e só o enfraqueceu como um todo, abrindo espaço para a hegemonia de dois clubes. Hoje ela própria talvez tenha percebido o erro da estratégia, mas há tempo para mudanças e uma retomada do bom senso, pensando no reequilíbrio dessa receita tão importante para os clubes, que dá garantia a credores como nenhuma outra dá e que se posta hoje no limbo em razão de saídas alternativas, ainda sem o menor sustentáculo de qualidade e visibilidade que se tem no modelo tradicional, bombardeado erroneamente pelos que enxergam o futuro sem olhar para as dificuldades do presente”.

Modernização

O estádio de São Januário fundado há 93 anos, sobretudo, foi um marco na história Cruz-Maltina. Em virtude de buscar a modernização da praça esportiva, várias propostas são feitas durante as outras campanhas. Sob o mesmo ponto de vista, Sérgio Frias tranquiliza o sócio afirmando que a modernização irá respeitar a história do estádio acima de tudo. Do mesmo que o entorno dele também deverá ser melhorado já que isso influenciará no resultado final.

“Para reformar São Januário deve haver obras no entorno que viabilizem o que se pensa para o estádio quando estiver reformado e ampliado. Nenhuma chance na nossa gestão de símbolos do nosso patrimônio serem postos abaixo para o desenvolvimento do projeto, nenhuma chance de o próprio Vasco não gerir seu patrimônio. O acordo tem de ser bom para ambos e o parceiro deve ter retorno sim, desde que isso não custe ao Vasco algo impagável, a ponto de pô-lo como “inquilino” de seu próprio bem, por algum acordo desarrazoado, apressado ou irresponsável”.

Fonte: Portal Futebol na Veia