Futebol

Serenidade é a arma de Cristóvão Borges no Vasco

Rodrigo Stafford

rodrigo.moraes@extra.inf.br


O jeito tranquilo, a voz firme que lembra um cantor de bolero e a maneira educada com que trata todos definitivamente conquistaram o Vasco. Não que Cristóvão, como auxiliar de Ricardo Gomes, já não fosse assim. Mas agora, mesmo sob os holofotes, se mantém o mesmo. É desse modo que o soteropolitano, sem sotaque baiano, mostra ser possível tratar bem os jogadores e ter sucesso.

— O Cristóvão sempre foi toda essa baianidade. Um cara totalmente do bem — definiu Deley, que foi companheiro do técnico no time do Fluminense na década de 80 e lembrou da séria contusão no joelho que sofreu: — Jogador forte, elegante. Era um cara que se apostava muito, mas teve uma contusão séria, o que retardou seu brilho.

Cristóvão teve que assumir o time após o AVC hemorrágico do técnico Ricardo Gomes e conquistou o grupo, que já era próximo ao então auxiliar. Sem tirar o mérito de Ricardo Gomes, que pegou o time com a condição de pior início de ano da história.

— É como se eu estivesse vendo o Ricardo Gomes, só que um é negro e o outro branco (risos). É um cara que conheço desde os tempos de Vitória. Ele nunca quis ser treinador. Com a doença do Ricardo, o Cristóvão teve essa missão, mas só foi acordar que era o técnico na 4ª ou 5ª rodada depois. Trabalhei com muitos que xingam, gritam, mas ele é diferente. Se somos líderes, devemos a ele, que matou no peito e colocou a bola para rolar — disse o atacante Alecsandro.

Dentro de campo, Cris, como é conhecido pelos amigos, também mostrava a conhecida serenidade. O auxiliar do Vasco, Jorge Luis, enfrentou Cristóvão quando defendia o Corinthians e o treinador, o Guarani.

— Nunca o vi bravo, acho isso difícil. Hoje, não vejo o que possa tirá-lo do sério. É um cara de bem com a vida e não se permite ficar bravo. Até eu estou mais tranquilo — brincou o ex-zagueiro.

Fonte: Extra