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Sem Eurico, política do Vasco se redesenha

A política do Vasco perdeu seu nome mais influente com a morte de Eurico Miranda. Mas o novo cenário no clube já se desenhava desde o fim do ano passado, quando o ex-presidente se retirou da vida em São Januário e se concentrou na luta contra o câncer no cérebro. Sem ele, grupos que o apoiavam se redefiniram, e antigos aliados buscaram novas alianças.

O primeiro impasse a ser definido, porém, é a sucessão de Eurico na presidência do Conselho de Beneméritos. Em tese, quem assumiria seria Silvio Godói, vice-presidente. Mas há pressão para que se realize uma eleição, já que o cargo ficou vago com menos de um ano e meio de mandato. Nomes como Godói, Denis Carrega Dias e Antônio Peralta já foram ventilados.

O artigo 45 do estatuto do Vasco diz o seguinte:

"No caso de vacância na direção de qualquer dos poderes proceder-se-á a nova eleição se ainda não houver decorrido mais da metade o prazo estabelecido para o mandato”

 

Campello busca novas alianças

Peralta é um nome estratégico no atual cenário. Desde que Eurico se retirou, o presidente Alexandre Campello passou a buscar novos aliados com força entre beneméritos. Peralta e José Luís Moreira, por exemplo, se aproximaram do atual mandatário.

Eurico foi um apoio de Campello durante a gestão, principalmente nas questões discutidas no Conselho Deliberativo, presidido por Roberto Monteiro, desafeto político do atual presidente.

Campello, aliás, cultiva a ideia de tentar a reeleição em 2020. O cenário ainda é incipiente, mas a possibilidade ganha força a cada dia nos bastidores de São Januário. Caso isso se confirme, ele provavelmente enfrentará o ex-aliado Julio Brant, representante do grupo Sempre Vasco.

Aliados de Eurico se redefinem

A eleição acontecerá apenas em 2020, mas alguns grupos já definiram suas diretrizes, embora ainda busquem uma unidade.

O Casaca!, por exemplo, tradicional apoio de Eurico, se dividiu poucas semanas antes da morte do dirigente. Cerca de 20 nomes romperam com Sérgio Frias e criaram novas redes sociais para o grupo. Hoje, em tese, há dois Casaca!, embora a maior parte dos membros originais esteja contra Frias.
 

Na conta original do Casaca!, ainda controlada por Frias, o grupo postou que, na próxima eleição, terá dois caminhos: candidatura própria ou apoio a alguém que participou da última gestão de Eurico, entre 2015 e 2017. O nome mais provável é o de Luis Manuel Fernandes, ex-presidente do Conselho Deliberativo, que tem o apoio de Roberto Monteiro.

Este nome dificilmente será o de Eurico Brandão. O filho de Eurico, mais conhecido como Euriquinho, negou publicamente a intenção de seguir o legado do pai no Vasco. Ele, aliás, apesar da ligação com o Casaca!, representa também outro grupo, de beneméritos que apoiavam Eurico sem necessariamente pertencerem ao Casaca!.

Novos grupos surgem

Além dos nomes de sempre, outros grupos políticos surgiram nos últimos meses no Vasco. Um deles é comandado por Fred Lopes, ex-Identidade Vasco e ex-aliado de Campello - foi vice-presidente de futebol no início da gestão do presidente. O grupo se chama "Avante Gigante" e já teve lançamento oficial.

Outro grupo é o "Vasco Independente", encabeçado por Antônio Peralta e José Luís Moreira. Eles já tiveram seu primeiro ato político, ao apoiarem a ideia de Campello de homenagear o Flamengo na camisa do Vasco após a tragédia com a morte de 10 meninos no Ninho do Urubu - outros conselheiros chegaram a divulgar nota de repúdio.

Fonte: (ge)