Sem clube, Carlos Alberto treina no Bangu enquanto aguarda novo julgamento
Desde a última sexta-feira, o elenco do Bangu vem treinando com um convidado ilustre. O meia Carlos Alberto foi integrado ao grupo que vem fazendo atualmente uma boa campanha na Copa Rio, a segunda maior competição do Estado. Suspenso dos gramados por acusação de doping, o jogador aguarda um novo julgamento para saber quando poderá entrar em campo novamente. Enquanto isso, pretende manter a parte física e o ritmo no clube com o qual não possui qualquer vínculo e que lhe abriu as portas em nome da solidariedade.
A diretoria do Bangu trata o caso com transparência. Para evitar, desde o início, qualquer tipo de expectativa principalmente por parte da torcida, deixa claro que não vê Carlos Alberto como um futuro reforço. O clube se colocou como uma alavanca para erguer o jogador depois dos tempos de tempestade.
Em agosto, Carlos Alberto foi condenado a um ano de suspensão por doping, em decisão tomada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva. Com alguns descontos, ele retornaria aos gramados entre maio e junho de 2014, mas a decisão final será tomada pela Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês). Provavelmente em outubro, na Suíça, ele saberá exatamente quando será liberado para exercer sua profissão, o que não acontece desde 8 de junho, data de sua última partida pelo Vasco (1 a 1 com o Bahia). Seu contrato com o clube foi encerrado no dia 2 de agosto.
Até lá, jogador será encontrado duas vezes por semana no Estádio Eustáquio Marques, em Curicica, treinando com os jogadores do Bangu. O convite foi feito diretamente pelo presidente Jorge Varela, e a vinda foi ainda mais fácil com amizades na diretoria e empresas parceiras.
- O Carlos Alberto é amigo do presidente, conhece outros membros do clube. Ele não poderia ficar esse tempo todo parado, tinha que trabalhar com bola. E a gente sabe que esses treinos em academia não são a mesma coisa que trabalhar em um clube. Não era interessante para ele - explica Celso Bandeira, gerente de futebol do Bangu.
Em 2001, a então promessa Ronaldinho Gaúcho trilhou um caminho parecido. Depois de se desvencilhar do Grêmio, o craque ficou treinando pouco mais de 20 dias no Bangu antes de acertar sua ida para o Paris Saint-German. Tudo que a diretoria quer é que Carlos Alberto também saia dali para almejar algo melhor.
- O interesse em um jogador como o Carlos Alberto sempre existe. Quem não quer contratar um atleta como ele? Só que diante da nossa situação financeira, isso é muito difícil. Não temos estrutura. Ele veio para o Bangu para manter a forma, em momento algum falaos em contratação. Esperamos que, depois daqui, ele acerte com um clube que pague um salário do nível dele - concluiu Bandeira.
Líder isolado da sua chave na Copa Rio, o Bangu retoma sua busca por uma vaga ou na Série D do Brasileiro ou na Copa do Brasil do ano que vem na próxima quarta-feira, quando enfrenta o Resende pela sétima rodada da competição.
Fonte: geMais lidas
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