Sem Allan e com Coutinho, Seleção Sub-20 empata no Mundial
A torcida que lotou o Estádio Metropolitano nesta sexta-feira esperava ver dois shows. O primeiro, que celebrou a abertura oficial do Mundial Sub-20, os levou ao delírio. Mas uma exibição apenas mediana da Seleção Brasileira encerrou a noite chuvosa em Barranquilla com tom de decepção após o empate por 1 a 1 com o Egito, na estreia pelo Grupo E. Ambos os gols saíram no primeiro tempo: Danilo, de cabeça, marcou para o Brasil, enquanto Gaber igualou para os africanos.
As duas equipes voltam ao mesmo campo já na próxima segunda-feira. Às 22h (de Brasília), o time de Ney Franco enfrenta a Áustria, que também começou a competição em igualdade, contra o Panamá, adversário do Egito mais cedo, às 19h.
Torcida, acredite, dividida
O torcedor colombiano aplaudiu quando o árbitro Cakir Cuneyt apitou o fim do primeiro tempo. Ao contrário do que se esperava, não houve uma grande massa organizada pró-Brasil. O estádio, apesar de ter muitas camisas amarelas não somente da Colômbia, estava dividido à direita das cabines, onde tinha uma faixa da torcida do São Paulo, apoiava-se mais a Seleção do que à esquerda.
O equilíbrio nas arquibancadas passou para o campo. Ou vice-versa. Em etapa inicial eletrizante, a equipe do técnico Ney Franco começou intranquila, principalmente quando Danilo errou uma saída de bola logo aos 20 segundos e quase viu Salah marcar ousado, o camisa 12 egípcio era quem mais levava perigo à defesa canarinho. Mas logo se recuperou.
O Brasil se impôs e passou a controlar em minutos. Aos 5, Oscar se livrou da marcação com uma meia-lua e cruzou rasteiro. Elshenawi, o goleiro tão comentado ao longo da semana, desviou e evitou o gol. Fez o mesmo com a cabeçada de Willian, após cobrança de escanteio, segundos depois.
Com rápida movimentação entre os seus jogadores ofensivos, a Seleção confundia a marcação adversária. Aos 7, Danilo deu lindo passe de esquerda em contra-ataque. Coutinho avançou, chutou cruzado e quase marcou. Foi por cima, no entanto, que saiu o gol brasileiro. Aos 11, o próprio jogador do Inter de Milão cobrou escanteio da direita na cabeça de Danilo. Nem as pirâmides puderam salvar: 1 a 0.
Gol do Brasil faz Egito crescer
Se não relaxou, a Seleção recuou. Ney Franco ficou preocupado. E o Egito cresceu. Dos 16 até os 26, os africanos ameaçaram em cinco oportunidades. Gabriel trabalhou bem com os pés na primeira e rezou para que a bola saísse nas restantes. Só não teve sucesso na última, quando Danilo furou uma bola aparentemente fácil na grande área, a deixando limpa para Gaber concluir: 1 a 1.
O ritmo da partida foi outro a partir de então. Cadenciado, toques para o lado. Até o fim, a melhor chance veio com Oscar, aos 45, em chute cruzado.
Ritmo diminui e empate persiste
O Brasil voltou para a etapa final com Negueba no lugar de Alan Patrick. O atacante fixou-se mais à direita, como habitual no Flamengo. Foi por esse lado, porém, que o Egito criou ótima chance logo aos dois minutos. Após cruzamento da esquerda, a zaga cochilou e Gaber concluiu para fora. A resposta brasileira veio à média distância. Com dificuldades para encontrar espaço, Casemiro resolveu arriscar de longe, aos seis. Elshenawi jogou para escanteio.
A primeira boa aparição de Negueba no jogo foi aos 12. Ele foi lançado pela direita e cruzou para Willian marcar. Mas estava impedido, corretamente assinalado pelo juiz. O Brasil teve ainda outra boa chance minutos depois. Oscar bateu falta da direita, o arqueiro egípcio falhou e Uvini cabeceou para o meio. Ninguém apareceu.
Ney Franco propôs renovar ainda mais o time e colocou Dudu em campo aos 24. Saiu Casemiro que, apesar de volante, exercia função pouco defensiva. A substituição deu gás, mas a Seleção custava a se encontrar. O Egito, também com evidente cansaço, esporadicamente ameaçava. E o tão aguardado jogo para o povo de Barranquilla terminou com um gostinho de decepção.
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