Seleção Sub-20 de Paulo Vitor é eliminada do torneio de Toulon
A eliminação da seleção brasileira no Torneio de Toulon não chega a ser bem uma surpresa. Um time dois anos abaixo do limite de idade do torneio e com jogadores que jamais vestiram a amarelinha realmente não tinha como ter boas atuações coletivas com pouquíssimo tempo de treino. O resultado, portanto, não preocupa, mas outras situações sim.
Preocupa, por exemplo, o fato da CBF agora focar em apenas duas competições até o fim do ano: o Mundial Sub-17, na Índia, em outubro, e o Sul-Americano Sub-15, ainda sem data definida. Preocupa também os dois técnicos (Carlos Amadeu, campeão sul-americano sub-17 com méritos, e Guilherme Dalla Déa, atual campeão sub-15), estarem juntos, e esse direcionamento do foco ser tão concentrado, ora em uma categoria, ora em outra.
Para priorizar Toulon, por exemplo, a CBF recusou o convite de um quadrangular entre seleções em Portugal, contra a seleção da casa, Holanda e México. Certamente seriam jogos mais interessantes do que contra Indonésia e Escócia, por mais que sejam seleções mais velhas.
O acompanhamento, na visão do blogueiro, precisa ser permanente em todas as categorias, com jogadores observados in loco, diálogo frequente com os clubes, convocações mensais para monitoramento e bons amistosos, além da formação de um banco de dados completo com todas as características físicas, técnicas e mentais de cada jogador, de maneira detalhada. Isso, claro, no cenário ideal.
No cenário real, cinco funcionários de uma já enxuta estrutura foram demitidos. E absolutamente ninguém foi contratado para o lugar deles. O número de convocações e de competições disputadas foi reduzido. Veremos, então, como a seleção se sairá no sub-17 e no sub-15. E no Brasil, é sempre bom lembrar, o discurso de que "o importante é formar bem" normalmente cai por terra no primeiro resultado ruim.
Vale lembrar que esse time que foi a Toulon é, teoricamente, a base da geração que vai disputar uma vaga para a Olimpíada em 2019. E possivelmente sem Vinícius Júnior, pois o Sul-Americano não é uma data Fifa e o Real Madrid não terá a obrigação de liberar o jogador, se ele já estiver na Espanha. Projetos de base que começam com um ano de antecedência podem até dar certo em resultados (o futebol tem dessas coisas), mas as chances se reduzem. Além disso, não há a perspectiva de legado de formação nenhum ao futebol brasileiro, e o final desta história já é mais ou menos conhecido por aqui.
- SuperVasco