Se empréstimo for aprovado, Vasco receberá valor em parcelas
Na próxima semana, ainda sem data marcada, a diretoria do Vasco terá a segunda oportunidade de tentar aprovar no Conselho Deliberativo um empréstimo de R$ 38 milhões. A verba é considerada pelo presidente Alexandre Campello como determinante para o clube conseguir honrar seus compromissos até o fim do ano, e o caso virou motivo de mais um embate político em São Januário.
De acordo com a atual gestão, no dia 18 de agosto, ocasião da primeira reunião, o acordo era de juros de 0,96%, mas agora foram aumentados pela instituição financeira para mais de 1% - valor parecido com o praticado com o Flamengo, que também pegou empréstimo nesse banco e reclamou das condições mais favoráveis ao Vasco. A perda cruz-maltina chega perto dos R$ 2 milhões.
Se o empréstimo for aprovado, o clube pagará parcelas até 2023 - R$ 20 milhões em 2020, R$ 12 milhões em 2021, R$ 14 milhões em 2022 e R$ 7 milhões em 2023.
O GloboEsporte.com conversou com dois vice-presidentes do Vasco para que explicassem com mais detalhes sobre o empréstimo dentro do planejamento do clube. Vice do Departamento de Controladoria, Adriano Dias Mendes afirmou que esta é a única opção a curto prazo para que não aconteçam atrasos de pagamento. Um cenário ainda mais perigoso com o time lutando contra o rebaixamento no Brasileiro.
- A hora é agora, não dá mais para esperar. Esse empréstimo faz parte de um planejamento financeiro de três anos. Hoje, mesmo com a venda do Paulinho (nota: restam cerca de R$ 5 milhões da venda), existe a necessidade em torno de R$ 40 milhões para terminarmos o ano sem atraso de salário. Sem o empréstimo, no curtíssimo prazo, a consequência é o atraso de salários, fornecedores e acordos judiciais. Não existe um plano B à altura - afirmou.
Datalhes da venda de Paulinho feita pelo Vasco (Foto: Reprodução)
Nos últimos dias, o clube sofreu novas penhoras e chegou a ter as contas bloqueadas em ação movida pelo advogado do ex-jogador Edmundo. Vice-Presidente de Finanças, João Marcos Gomes Amorim contou que tem feito seu papel político de tentar convencer conselheiros a aprovarem o empréstimo. Segundo ele, a necessidade de outra reunião já vai causar um atraso nos pagamentos, mesmo no caso de aprovação.
- Depois daquela reunião já houve conversas, e nós temos tratado com quem nos procura. A expectativa é de que aconteça o entendimento pleno. Agora é aguardar que a nova reunião seja marcada. Essa é a interrogação para nós. Tem que ser semana que vem. E já estaremos atrasados em relação ao que vem sendo feito desde o começo da gestão, com os pagamentos feitos próximo ao dia 10.
De acordo com Adriano Mendes, este é o único empréstimo deste porte previsto, já que as receitas deste ano são menores. Para se ter uma ideia, dos R$ 94 milhões de direitos de transmissão para este temporada, apenas R$ 2 milhões entraram nos cofres do clube, e há apenas mais R$ 5 milhões a receber até o fim de 2018.
- Essa interrupção levaria a volta aos problemas que tínhamos no início do ano. Teríamos que renegociar acordos, voltar a ter problemas trabalhistas... O empréstimo vai evitar um hiato e nos manter na trajetória de ajuste financeiro. Dentro do nosso plano, e que é plenamente viável, nós fechamos 2020 com o clube equilibrado, profissionalizado e modernizado.
No último encontro dos conselheiros, no dia 18 de agosto, a principal relamação dos opositores foi falta de transparêcia e atendimento a requisições do conselho fiscal. Adriano Mendes acredita, no entanto, que a questão política foi a que mais pesou.
- Entender que é necessário, todos entendem, até porque está no balanço. O que me parece é que é uma questão política. Respeita-se as posições contrárias, mas, dada a importância deste empréstimo, não me parece razoável colocar qualquer empecilho. Acompanhar, fiscalizar e discutir, tudo bem. Mas votar contra por votar... a situação política que leva a isso.
Fonte: geMais lidas
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