Rodrigo fala sobre volta de Martín, Eurico, Copa do Brasil e mais, confira
Disputar a Série B do Campeonato Brasileiro pode não ser tão atrativo para o torcedor, principalmente pelos jogos com menos apelo, contra equipes consideradas menores no cenário do esporte. O Vasco do zagueiro Rodrigo, por outro lado, acumula motivos de sobra para mostra à sua torcida que vale a pena acompanhar o time, mesmo que este não esteja na elite do futebol nacional. A conquista do bicampeonato carioca, com vitórias sobre os três grandes rivais regionais, e a invencibilidade de 34 partidas - maior série invicta da história do clube em jogos oficiais - são provas disso.
Com personalidade forte dentro e fora das quatro linhas, o capitão Rodrigo, que já disputou a Série B em 2012 com o Vitória e com o próprio Vasco em 2014, pode ajudar o time, neste sábado, contra o Paysandu, a atingir mais uma marca importante. Em caso de vitória, a equipe vascaína chegará a 11 meses de invencibilidade na Colina. Mas o zagueiro acredita que a missão não será fácil.
- Eu já joguei e quando você vê que o jogo é fácil, um time que não vem tão bem. Mas é aquilo, se eu estivesse do outro lado, é a hora que todo mundo vai aparecer. Então seria a hora que eu me entregaria ao máximo e é o que todos os jogadores pensam quando vêm jogar com a gente. Claro que a gente tem jogadores que podem desequilibrar e mudar o estilo de jogo do nosso adversário, porque se toma um gol, muda tudo. Mas se não sai logo o gol, a partida fica ruim para gente e temos que nos impor mais ainda – disse o zagueiro à Rádio Transamérica.
A meta de Rodrigo, como ele próprio diz, e de toda a equipe, é a longo prazo. O técnico Jorginho já afirmou que seu desejo é superar o número de vitórias do Corinthians na Série B de 2008 – foram 25 triunfos. Para o capitão, porém, isso fica em segundo plano. O objetivo é não só conseguir o acesso à Primeira Divisão, mas também, quem sabe, o título da Copa do Brasil, o que significaria uma vaga na Libertadores da América.
- Tem muita coisa pela frente, junto com Copa do Brasil. Se a gente não perder peças, jogadores importantes, eu acho que dá pra gente fazer muita coisa e números expressivos. Mas bater meta de Corinthians, essas coisas, isso pra mim está em segundo plano. É como eu falo para os jogadores sempre, a gente tem um objetivo muito grande no clube que é conquistar a Copa do Brasil. Porque acho que a Copa do Brasil é o momento em que o clube que estiver melhor mentalmente e fisicamente acaba levando. Então acho que a gente tem possibilidade de chegar nessa Copa do Brasil. A gente tem objetivos pela frente que são bacanas.
O Vasco enfrenta o Paysandu, neste sábado, em São Januário, às 16h30, em partida válida pela 10ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. A equipe vascaína é líder com 22 pontos.
Confira outros trechos da entrevista com Rodrigo:
Qual é a avaliação que dá pra fazer de seu ano até agora, com o bicampeonato carioca e o recorde de invencibilidade do clube em jogos oficiais?
- Ah, boa, né? Acho que desde o ano passado a gente encontrou uma forma de jogar, o Jorginho construiu uma equipe que está sólida. Não só no ataque, mas também na defesa, nós somos uma equipe muito boa. E eu, da mesma forma, tento contribuir ao máximo com meus companheiros, não só atrás, mas na frente também, orientando bastante. Eu acho que até o momento meu ano foi quase perfeito, porque quando você conquista títulos, seu trabalho está sendo bem feito com a equipe. Agora tem mais dois campeonatos pela frente que são a Copa do Brasil e a Série B. Também temos objetivos para essas competições. Não tenho esses títulos e quero conquistar.
Nessa história recente do Vasco, você é um dos ídolos ao lado do Nenê, principalmente pelo seu estilo de jogo, provocando os adversários, o que por outro lado gera algumas críticas. Acha que o futebol está um pouco chato?
- É difícil a gente falar. Cada um tem a sua opinião. Eu consigo jogar das duas maneiras, provocando e não provocando, né. Nos jogos com nossos rivais, eu ganhei na bola e na provocação também. E não me coloco como ídolo. Ídolo é aquele que deixa legados para o clube, que conquista campeonatos importantes, conquistas importantes. Acho que a torcida tem o carinho comigo pela forma que eu jogo, me dedicando ao máximo, me entregando a cada minuto dentro de campo. Acho que não é só o nosso torcedor, mas todas as torcidas queriam ver algum jogador fazendo isso. Eu tenho o prazer de estar aqui hoje vestindo as cores do Vasco, defendendo essas cores.
Você é um jogador experiente, já passou por vários clubes do Brasil, jogou no exterior... Qual a diferença do Eurico Miranda para os demais presidentes com quem você trabalhou?
- Acho que o nosso presidente é o fator principal dentro do Vasco. Tivemos momentos difíceis, e ele foi a única pessoa que realmente deu a cara a tapa para muita gente, para nos defender dentro de campo. Acho que isso foi determinante para que ocorresse a nossa virada. O foco foi todo pra ele. Assumiu toda a responsabilidade, e ficamos à vontade para jogar. Eu acho que isso mostra o que é um presidente. Agora, dentro do clube, o tratamento com os jogadores é igual. O Eurico Miranda tem esse nome forte, mas quando se trata de vestiário, de concentração, é um cara que trata todo mundo por igual e com muita educação com os jogadores. Por isso que antes de nós entrarmos em campo, lembramos muito do nome dele, porque é um cara que faz muito pela gente.
Caso sejam campeões da Copa do Brasil, vocês voltam à Série A com uma vaga na Libertadores de 2017. Vocês conversam sobre isso?
- Acho que quando você inicia um trabalho, na pré-temporada, coloca os objetivos do clube e entende o que o presidente está pensando. Nós tentamos de toda forma chegar ao que ele quer. Estamos bem na Série B, ganhamos o Carioca com todos os méritos, e é aquele negócio: está todo mundo motivado, bem fisicamente... A gente pode ter momentos difíceis dentro da competição, mas se o time continuar motivado e com um pensamento só, tenho certeza que a gente vai conseguir coisas grandes.
Para esse jogo, vocês vão ter a volta de Martin Silva. Um grande reforço, né?
- Não tenha dúvida. Um cara que é mais tranquilo. O Jordi é um cara mais novo, ajudou a gente em alguns jogos. Soube aproveitar. E o Martin volta com toda sua bagagem e toda sua tranquilidade.
Nesta sexta-feira, foi aniversário do auxiliar técnico Zinho, que completou 49 anos. Ele vem tendo um papel importante no Vasco?
- O Zinho e o Jorginho não trabalhavam juntos, começaram aqui. Independentemente se forem pra outra equipe, acho que se separarem, não vai rolar (risos). Claro que o Jorginho é o treinador, mas o respeito que temos por um e por outro é igual. É como eu falo, você vê o treinador orientando a gente dentro do campo e depois vem o Zinho, é como se fosse a mesma pessoa. Muitos treinadores têm seu auxiliar que nunca jogaram, ou se jogaram, não têm uma história como o Zinho, então acaba que é aquilo. "Quer falar o que?! Nunca jogou! Nunca deu um chute na bola!" (risos). E a verdade é que tem isso, né! Então você vê e pensa, quem está me orientando é o Zinho, é o Jorginho. Não tem o que falar dos caras. E dentro do vestiário é um lugar que é totalmente deles. "É isso que tem pra fazer? Então é isso que tem pra fazer." Esse é o respeito que eles passam, esse é o respeito que eles recebem.
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