Rodrigo fala sobre final contra o Botafogo e duelos com Fred e Guerrero
Rodrigo não tem medo de dizer o que pensa, mas admite: a coragem só veio com o tempo. A duas partidas de, quem sabe, tornar-se o capitão do bicampeonato estadual do Vasco, o zagueiro confessa ansiedade. O que não quer dizer descontrole. Vitorioso nos duelos mentais conta Fred, do Fluminense, e Guerrero, do Flamengo, o palmeirense na infância projeta jogo duro com Ribamar, do Botafogo. Mas uma coisa ele garante: desta vez o rival terá de dar a camisa prometida. Caso contrário, vai sofrer as consequências.
Personalidade forte
Sou mais maduro, vejo o futebol de outra forma e não uso as palavras que usava antes. Eu falo o que está acontecendo. As pessoas têm medo do que vai vir depois de falarem. É o medo por ser formador de opinião. Mas eu não incentivaria um garoto de 25 anos a fazer como faço. Só com 27, 30 anos, você atinge a maturidade no futebol.
Duelos com Fred e Guerrero
Cada um tem sua maneira de se preparar. Eu mentalizo meus adversários. A psicóloga do Vasco diz que meu grau de concentração é muito grande. Dizem que sou provocador, mas não sabem quem começou. Nunca começo a provocação, só termino. Se me empurrar, vou empurrar também. Ele vai e pisa no pé, mas eu não ligo, joguei muita bola descalço. Pode me beliscar, mas vou fazer a mesma coisa. O que pode ajudar o outro a sair de si é o fato de a equipe dele estar perdendo. Isso faz o lado emocional ir embora.
Ribamar
Vai ser um bom duelo. Ele me deve uma camisa, é espertinho. No último jogo, ele me pediu para trocarmos. Dei a minha, mas me distraí e, quando olhei, ele já tinha ido embora. Se ele não me der na final, eu rasgo a camisa dele dentro de campo (risos). Não vai ser um jogo fácil tanto para um quanto para o outro, tenha certeza.
Capitão no título
Não tem como não pensar nisso. Toda hora eu me imagino sendo campeão, ainda mais como capitão do time. Se eu levantar a taça, os anos vão passar e as pessoas ainda vão se lembrar de mim.
Referências
Tive dois capitães que foram importantes. Um é o Ronaldão, que me ajudou muito dentro de campo quando eu estava começando na Ponte Preta. Outro é o Rogério Ceni, no São Paulo, pela maneira de se preocupar com o dia a dia do clube. Quando eu era criança, torcia para aquele time do Palmeiras, do Zinho, do Edmundo. Depois joguei com o César Sampaio no São Paulo e disse para ele: “você era melhor no Palmeiras”. Ele respondeu: “o véio está perdendo a força” (risos).
Vasco
Estou há três anos no clube, já vivi o inferno e o céu. Eu me entrego muito, tento ajudar no vestiário, por isso tenho o reconhecimento que tenho. Estou muito feliz aqui.