Rodrigo Caetano é um dos principais nomes da reestruturação do Vasco

Rodrigo Caetano é um dos principais nomes por trás do Vasco e peça fundamental do processo de profissionalização do departamento de futebol cruzmaltino. O atual diretor executivo do clube estava no Grêmio e prestes a fazer parte de um projeto para a Taça Libertadores, mas decidiu trocar o Rio Grande do Sul pelo Rio de Janeiro para fazer parte do projeto de reestruturação do Vasco. Em entrevista ao SRZD, ele falou um pouco sobre o convite para trabalhar em São Januário, os projetos do clube na temporada 2009 e projeções para 2010.

\"Eu estava numa boa situação com o Grêmio. Tínhamos acabado de ser vice-campeões brasileiros, estava lá há quatro anos já e o Mandarino entrou em contato comigo. Tivemos algumas reuniões e ele mostrou a intenção de fazer a profissionalização do departamento de futebol do Vasco. O projeto era bom e foi um convite que realmente me motivou, por isso fiz um acordo para sair do Grêmio e abandonei o planejamento que estávamos fazendo para a Libertadores e vim para cá. As pessoas que estavam trabalhando aqui, a diretoria que tinha assumido e a grandeza do Vasco, independentemente de que divisão o clube estava, foram coisas que me motivaram a aceitar\", explicou o dirigente, que também falou sobre a montagem do elenco para a disputa da Série B do Campeonato Brasileiro.

\"É uma situação muito semelhante a qual eu passei no Grêmio em 2005 e é muito parecido com o que acontece com qualquer clube que cai. Num primeiro momento, nossa idéia era quantificar e qualificar o elenco ao mesmo tempo. Isso é algo muito difícil e nós conseguimos fazê-lo. Trouxemos jogadores comprometidos com o projeto e todos sabiam que teríamos enormes problemas. O pessoal se propôs a subir. Fizemos uma mescla de jogadores experientes e jovens, alguns desconhecidos para a maioria, mas que deram certo\", disse Rodrigo Caetano. Ele também explicou que o processo de profissionalização do departamento de futebol é baseado na divisão bem marcada de cargos e atribuição, bem diferente da ingerência e interferência política vista em diretorias amadoras.

\"O grande mérito do Vasco foi justamente o seu modelo. Todos os clubes nas suas origens são políticos. Mas, no futebol, precisamos ter papéis bem determinados, definidos. Esse convívio se tornou harmonioso aqui porque todos respeitavam os limites, sabiam qual era a sua função. Por isso nunca ocorreu qualquer ingerência, intervenção. Isso não existe aqui\", garantiu.

Cautela sobre o futuro

O que a torcida cruzmaltina viu ao longo de 2009 foi um Vasco vítima de uma terrível asfixia financeira. Com o valor das cotas de TV reduzidas em função do rebaixamento e a demora para acertar o patrocínio da Eletrobrás, o clube teve suas receitas bem limitadas ao longo da temporada. Apesar da injeção de valores ser bem maior em 2010, Rodrigo Caetano preferiu manter a cautela.

\"O Vasco segue com enormes dificuldades financeiras, até porque muito do que vamos receber já foi antecipado. O orçamento financeiro ainda vai ser passado, por isso é difícil fazer qualquer previsão. Nosso vice-presidente de finanças disse que nossas receitas para o ano que vem já estava comprometidas, por isso faremos tudo dentro da nossa realidade, sem pirotecnia. Para 2010, o planejamento é de manter o maior número de jogadores e, claro, tentar melhorar o elenco com contratações. A gente só não pode ter a irresponsabilidade de colocar tudo a perder e dar um passo para trás. Esse será nosso desafio no ano que vem\", disse o dirigente.