Roberto se inspira em Germano e Taffarel e diz: "Gosto de fazer o simples"

Sempre que o titular Tiago tem um problema, seja de lesão ou por cartões, o goleiro Roberto está pronto para substituí-lo. Em 2008, ele já participou de dez jogos, conquistou seis vitórias, um empate e três derrotas. E desta vez, o atleta finalmente alcançou um dos seus objetivos: atuar em duas partidas consecutivas. Animado com a oportunidade dada por Tita, ele avisa:

- Tenho que ser realista, não adiata. Passei por várias coisas aqui, mas quero vencer no Vasco e voltar a ser titular, sou teimoso. Os meus familiares falavam comigo: "Roberto, não está na hora de respirar novos ares? A chance não está aparecendo". Agora, tirei um peso das minhas costas. Queria jogar bem duas partidas consecutivas porque acredito que depois disso poderei ser titular novamente. Provei que sou um vencedor - afirma o goleiro.

Em um bate-papo com o GLOBOESPORTE.COM após o treinamento, Roberto falou da chegada de Tita, de sua reposição de bola, que tem ajudado o Vasco a chegar aos gols e de suas inspirações no futebol.

GLOBOESPORTE.COM: O que mudou com a chegada do Tita? ROBERTO: O time está jogando mais agrupado. Quando a coisa está difícil, o ideal é jogar agrupado. Fazendo isso, a defesa não fica tão sobrecarregada. Do jeito que estamos atuando, o time ataca, mas já volta marcando. Antes, a equipe jogava mais espaçada e dava chances ao adversário. A defesa fica mais protegida.

Qual é a diferença do trabalho do Tita para o Antônio Lopes? A partir do jogo com o Palmeiras, nunca desmerecendo o trabalho do Lopes, que ganhou tudo aqui no Vasco, as coisas mudaram. Às vezes, as coisas acontecem com um treinador, mas não acontecem com outros. Naquele jogo, a torcida veio única e exclusivamente para protestar. Eles começaram reclamando, mas viram a postura da equipe em campo. Viram o time unido, guerreando. No fim, com o resultado, eles aplaudiram. Já no domingo, o torcedor foi fundamental, como aconteceu em 2005.

E como é para você, que é torcedor do Vasco, vestir a camisa 1 e ser titular?
Olha, pega um cara na arquibancada, coloca o uniforme do Vasco, e põe ele para jogar como titular. É como eu me sinto. Sei como é a vida do torcedor. Eles vão muito pelo que acontece em campo. Não adianta querer que o torcedor apoie, se não o time em campo não corre. O torcedor não quer ver dez gols de bicicleta em uma partida, ele quer que o jogador corra, mostre vontade, que é o mínimo que deve ser feito.

Você prefere jogar em São Januário ou no Maracanã? Prefiro São Januário. Jogamos a primeira partida no Engenhão, nada mais justo, mas sei que o jogo vai ser no Maracanã. Vamos analisar friamente, o Vasco joga seis partidas fora de casa, pois o Maracanã é neutro. Todos os times jogam em seus estádios e existe aquela pressão. O Vasco tem história no Maracanã, mas São Januário é a nossa casa.

Você tem se destacado com a camisa do Vasco por causa de sua reposição de bola. Essa é a sua principal qualidade? Não tenho habilidade com os pés, não me cobrem isso porque eu não tenho. Mas, com a bola na mão, isso vem do juvenil, eu faço o que eu quero. Não acho que acho que essa seja a minha principal virtude, eu vejo outra. Cresci vendo o Carlos Germano, o Taffarel e o Dida. Esses caras sempre jogaram de forma simples, sem aparecer muito. São goleiros simples, seguros. Eu sou assim. Não quero fazer uma defesa para agradar A, B ou C. A minha maior virtude é procurar simplificar. Dou um exemplo para essa situação. Eu só vou para o departamento médico em último caso e levo isso para o campo. Não gosto de ficar caindo para defender. Só faço uma defesa me atirando se for o último caso.