Política

Roberto Monteiro sobre eleição direta: 'Presente meu para o clube'

No dia em que completa 121 anos, o Vasco pode dar o pontapé para uma das mudanças mais significativas de sua história. Presidente do Conselho Deliberativo, Roberto Monteiro deve protocolar nesta quarta-feira convocação para reunião na primeira quinzena de novembro. Na pauta, a votação para alterar o estatuto e implementar a eleição direta para presidente.

Atualmente, o processo ocorre em duas etapas. Na Assembleia Geral, os sócios elegem a chapa que terá direito a 120 cadeiras no Conselho Deliberativo, de um total de 300. Depois, no Conselho, vota-se a diretoria administrativa. Não há garantia de que o cabeça do grupo vencedor será eleito presidente — em 2018, Julio Brant era o líder da chapa que bateu a de Eurico Miranda, mas foi derrotado por Alexandre Campello, até então candidato a vice, depois.

A proposta que Monteiro levará para votação indica que a Assembleia Geral elegerá, além de 150 conselheiros — 120 da chapa vencedora e 30 da segunda colocada — o presidente administrativo, o primeiro e o segundo vice. A votação no Conselho Deliberativo definiria o novo presidente do CD, além do novo Conselho Fiscal.

O critério para ser candidato à presidente seguiria o mesmo: ser sócio há pelo menos cinco anos, com a necessidade de montar chapa de 120 conselheiros.

- Isso sempre foi uma bandeira minha, desde 2014, quando concorri para presidente. Acredito que ela dará mais transparência para o processo político do Vasco. Uma gestão moderna não acontece sem eleição direta - afirmou Monteiro.

Na convocação da reunião, Roberto Monteiro colocará na pauta também a reforma do estatuto, que já vem sendo discutida internamente - um novo encontro da comissão que discute o assunto será realizada na próxima semana. Ainda existe a previsão de mais uma rodada de discussão a respeito da reforma, que contempla, entre outros pontos, o aumento do número de conselheiros fiscais, deliberativos e beneméritos, e também o aumento das exigências para o sócio ser votante e também candidato.

A mudança no formato da eleição para presidente do clube está inserida nessa reforma, mas por esse caminho tem mais dificuldades para ser aprovada. Explica-se: a reforma do estatuto depende de dois terços dos votos. Já a mudança somente da eleição para presidente se enquadraria numa alteração estatutária, demandando maioria simples. Essa diferença na quantidade de votos pode gerar discussões internas.

Uma vez aprovada no Conselho Deliberativo, o voto direto para presidente do Vasco teria de passar também pelo crivo da Assembleia Geral. Caso os sócios do clube confirmem a mudança, ela poderia entrar em vigor já na eleição prevista para o fim do ano que vem.

- Digamos que é um presente de aniversário meu para o clube - disse Monteiro.

Desde a última eleição para presidente do Vasco, quando Julio Brant e Alexandre Campello romperam e o segundo foi eleito para comandar o clube na votação no Conselho Deliberativo, que cresceu entre torcedores o apelo para que o Cruz-maltino tenha eleições diretas para presidente. Entre os grandes do Rio, somente o Vasco tem eleição indireta para a presidência.

Fonte: Extra