Roberto: Amizade com Romário não fez com que ganhasse titularidade
No ano passado, Roberto não teve uma chance sequer no gol do Vasco. Em 2008, com a ascensão de Romário ao comando de treinador e a chegada de Alfredo Sampaio, o jogador ganhou uma sobrevida no clube da Colina e foi o titular do time na partida de estréia na temporada 2008, na derrota por 2 a 1 sobre o Hamburgo, da Alemanha, pelo Torneio de Dubai, nos Emirados Árabes. Mesmo com a chegada de Tiago, ex-Portuguesa, e Ricardo, ex-Caxias, do Rio Grande do Sul, o camisa 1 neste início de temporada afirma que o trabalho o qualificou para retornar à equipe principal de São Januário.
Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM no lobby do Al Murooj Rotana Hotel & Suites, Roberto diz que não guarda mágoa de nenhum ex-treinador, mas que se sente vitorioso por ter recuperado o prestígio na Colina.
GLOBOESPORTE.COM: Você gostou da sua atuação no jogo de estréia do Vasco na temporada?
Roberto: Pelo tempo que estou sem jogar dá para dizer que foi proveitoso. Pegamos uma equipe que joga a Copa da Uefa e está em terceiro lugar no Campeonato Alemão. Particularmente, falando da minha atuação, tirando os gols, tudo foi perfeito. Estava há mais de um ano sem jogar. Para um goleiro, isso faz uma grande diferença. Fiz uma partida como se estivesse em atividade.
O Vasco contratou dois goleiros para essa temporada. Isso desmotivou você de alguma maneira?
O Vasco trouxe dois goleiros e a situação estava complicada. Mas foi dito que jogaria aquele que estivesse melhor. Não joguei na estréia porque sou amigo do Romário, de fulano ou de beltrano. Se eu comecei jogando, o motivo foi porque eu estava bem. Meu trabalho não foi em vão.
Você ficou surpreso em começar o ano como titular?
Já passei por tanta coisa na minha carreira. O ano passado, por exemplo, foi uma faculdade. Nunca desanimei e o pessoal perguntava de onde eu tirava força para continuar no clube. O problema das pessoas que querem o meu mal é que eu trabalho muito. Nunca fui o melhor goleiro, mas sempre trabalhei duro para melhorar.
Como aconteceu a perda da camisa 1 no Vasco?
Em 2005, eu fiz aquilo tudo pelo Vasco e ajudei o time a fugir da Segunda Divisão. Joguei as primeiras partidas do Campeonato Carioca de 2006 e, na terceira partida, acabei saindo por causa de uma falha. Falhei naquela partida e aquela tinha sido a primeira vez que um erro meu tinha influenciado em um resultado negativo. Depois daquilo ali, eu não prestava mais. As falhas que eu tive não foram tão graves para eu ser esquecido do jeito que eu fui. Depois da barração, vinha mantendo uma seqüência nos treinos, mas me machuquei. Aí mesmo que não tive mais oportunidades.
E qual foi o seu sentimento quando entrou em campo com a camisa 1 no primeiro jogo do Vasco em 2008?
Foi uma vitória a hora que eu entrei em campo com a camisa 1. Serve de exemplo para um monte de gente o esforço que eu fiz. O Andrade é um cara que corria comigo no início da preparação e eu disse para ele não desanimar que eu era um exemplo a ser seguido por tudo o que aconteceu comigo. Entrei em campo sem ter ninguém de padrinho. Vou ser grato ao Romário, ao Alfredo (Sampaio, auxiliar técnico) e ao Gabriel (Vieira, preparador de goleiros). Trabalhei e eles viram o meu esforço. Esse dia foi um dos mais felizes da minha vida.
Você guarda mágoa de algum treinador que passou pelo Vasco?
Claro que não. Pode ser por opção que eu não jogava. Não tenho o que falar do Renato Gaúcho. Foi ele quem me deu a chance de ser titular do Vasco. O Celso Roth também foi maravilhoso. Ele sempre foi leal comigo e conversava antes e depois dos treinos.
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