Futebol

Rivalidade entre Vasco e Fluminense irá além do Maracanã

Na queda de braço entre Fluminense e Vasco pelo lado direito das cabines de rádio do Maracanã, Peter Siemsen levou a melhor sobre Roberto Dinamite. Após entrevistas ríspidas e tarde de tensa reunião na sede da Federação de Futebol do Estado do Rio, foi decidido que a torcida tricolor ficará dentro do estádio no lugar que fora exclusivamente dos vascaínos durante 63 anos.

Ontem, o Tricolor resistiu à pressão feita pelo rival da Colina, que contou com o apoio da Ferj, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar, para fazer valer o que acertou no contrato assinado com o Consórcio Maracanã, no compromisso que vale para os próximos 35 anos:

— A questão do lado da torcida do Fluminense é inegociável. Teremos uma final de Copa do Mundo em breve e acho que a nossa polícia está mais do que preparada para cuidar da parte externa do estádio — disse Siemsen, referindo-se à alegação de que os lados da torcida deveriam ser mantidos por segurança.

Tais palavras caíram como uma bomba na sede da Ferj. Pouco depois, cerca de 20 torcedores vascaínos foram para a entrada da entidade para pressionar e arremessaram ovos na fachada dos fundos da sede. Rubens Lopes chegou a cogitar o cancelamento da reunião, irritado com as declarações do tricolor, crítico ferrenho da atual gestão. No começo da noite, o presidente da Ferj enviou ofício à CBF solicitando deliberação sobre o caso.

Roberto Dinamite, após três horas de conversa, deixou o local chateado, admitiu a derrota, mas prometeu seguir brigando pelo direito de seus torcedores voltarem para o seu lado tradicional no Maracanã. E ainda incentivou a não ida ao estádio.

— O Fluminense tinha o direito por ter assinado com o consórcio e fez valer. Estou muito chateado porque a tradição não foi mantida. Que sirva de aprendizado. Eu, se tivesse de ir para o Maracanã como torcedor, não iria.

Fonte: Extra Online