Rival: Keké e Caíque são dúvidas para jogo contra o Vasco
Nesta quarta-feira, o Vasco vai até a pequena Tombos, com população estimada em 10 mil habitantes, para encarar o Tombense, pela segunda fase da Copa do Brasil.
No entanto, por mais que a maioria das pessoas possa não ter ouvido falar da cidade que fica na Zona da Mata mineira, o nome do clube tem se tornado cada dia mais conhecido no cenário do futebol nacional.
Atual vice-campeão do Campeonato Mineiro, o Gavião Carcará tem 106 anos de fundação, mas apenas 22 como equipe profissional. Mesmo assim, esse pequeno pedaço de história é suficiente para mostrar a ascensão de um clube, que já aprontou tanto em âmbito estadual quanto na Copa do Brasil.
Quando entrar em campo no Almeidão, a partir das 21h30 (de Brasília), o Vasco vai enfrentar uma equipe bem treinada e que costuma crescer jogando em casa.
Como o Tombense chegou à Copa do Brasil?
O Tombense é o atual campeão do Interior do Campeonato Mineiro e da Recopa de Minas Gerais. Garantiu essas conquistas e a vaga na Copa do Brasil de 2021 graças à campanha no Estadual do ano passado, quando foi vice-campeão, perdendo a decisão para o Atlético-MG, de Jorge Sampaoli.
Essa será a quarta vez em que o clube disputará a Copa do Brasil. Nas edições de 2014, 2016 e 2019, aparições modestas, avançando no máximo até a segunda fase. A melhor participação foi justamente há dois anos, quando o time surpreendeu e eliminou o Sport, com um inapelável 3 a 0 no Almeidão, pela primeira fase. Posteriormente, o Alvirrubro caiu para o Botafogo-PB, na disputa de pênaltis.
Mesmo sem brilho na Copa do Brasil, o Carcará teve sucesso em outra competição nacional. Em 2014, o clube foi campeão da Série D do Brasileirão. Desde então, o Tombense disputa a Série C e busca o acesso à segunda divisão nacional.
Na edição 2021 da Copa do Brasil, o Tombense eliminou o Nova Mutum-MT antes de encarar o Vasco. Jogando fora de casa, empatou sem gols e passou de fase.
Nova força do interior em Minas Gerais
O Tombense foi fundado em 7 de setembro de 1914, mas só se tornou profissional em 1999. Depois de pouco mais de uma década competindo nas divisões inferiores, o clube ascendeu à elite estadual em 2012, disputando o Módulo 1 a partir de 2013.
Em oito temporadas finalizadas do Mineiro, o Carcará foi três vezes às semifinais. Em uma delas, no ano passado, avançou para a decisão. Tem ainda dois títulos do Mineiro do Interior (caneco dado à melhor campanha, tirando América-MG, Atlético-MG e Cruzeiro, do Estadual) e a conquista da Recopa de Minas Gerais, disputada pela primeira vez em 2021.
Parceria, estádio próprio e CT
O projeto de profissionalização do time mineiro foi concluído em 1999, através de parceria entre o presidente do clube, Lane Gaviolle, e o empresário Eduardo Uram. No entanto, os sócios na Brazil Soccer já tinham um trabalho conjunto com categorias de base desde 1997.
Com o andamento do trabalho e a evolução dos resultados do Tombense em campo, o projeto foi ganhando corpo, em duas frentes.
Em termos de estrutura, o clube iniciou nos últimos anos a construção de um Centro de Treinamento. Atualmente, o CT conta com três campos que são utilizados pela equipe profissional, academia de musculação e outras estruturas de trabalho para o departamento de futebol. Ainda há espaço para construção de três campos oficiais.
Um hotel, que terá 30 apartamentos, começou a ser erguido no local. A estrutura servirá como concentração no futuro. Atualmente, o Tombense tem mais de 20 apartamentos mobiliados para abrigar atletas e familiares dos profissionais em Tombos. Jogadores que chegam sozinhos à cidade ficam hospedados em um hotel.
A equipe joga no Estádio Antônio Guimarães de Almeida, o Alimeidão, com capacidade para cerca de 5 mil torcedores. O gramado é bom e oferece boas condições de jogo.
Em campo, o plano sempre é ter times competitivos e com jogadores com bom nível técnico. Em razão da sociedade entre Lane Gaviolle, nascido em Tombos e que toca os rumos do clube no dia a dia, e Eduardo Uram, com grande experiência no mercado do futebol, jogadores conhecidos defenderam a camisa alvirrubra, como o volante Ibson e o lateral-esquerdo Juan.
Além disso, o Tombense se beneficia da transferência de atletas que não jogaram pelo clube, mas que são ligados contratualmente ao Carcará. Exemplos disso foram as vendas do Lucas Paquetá, ex-Flamengo, e do atacante Evanilson, ex-Fluminense, que renderam cifras ao Alvirrubro.
Time propositivo x time pragmático
Com 10 pontos em sete rodadas, o Tombense é o sexto colocado no Campeonato Mineiro, com duas vitórias, quatro empates e uma derrota - os quatro primeiros avançam para a semifinal. A campanha é regular, e o sentimento dentro do clube é de que a equipe tem jogado mais do que pontuado em 2021.
Comandado pelo técnico Bruno Pivetti, de 37 anos, o Tombense é um time bem treinado e obediente taticamente. Com estilo propositivo, o Carcará tenta construir o jogo a partir do campo de defesa, evitando ligações diretas.
Sem a bola, costuma apertar os adversários no campo de defesa, sobretudo através dos meia-pontas Keké e Caíque, muito velozes e que dão muito trabalho à defesa adversária quando têm a posse. Eles não apareceram nas últimas duas partidas do Tombense e são dúvidas para o compromisso desta quarta.
O time também conta com três bons definidores no elenco. Rubens, que estava no departamento médico nas últimas duas semanas e deve ter condições de jogo, vinha sendo o titular. Em 2020, ele marcou 14 gols na temporada. Em 2021, foram três. Porém, a ausência proporcionou aos centroavantes Daniel Amorim e Alípio ter oportunidades na equipe.
Mesmo com essas características, a equipe mineira consegue ser pragmática e se adaptar ao que o jogo pede. Com o resultado positivo, em alguns momentos da temporada, o time se compactou e reduziu o espaço entre linhas para dar menos possibilidades aos adversários, apostando no contra-ataque. Em alguns momentos, houve sucesso. Em outros, não.
Fonte: ge