Rio de Janeiro recebe quinta reunião pela regulamentação de agentes Fifa
Ao longo do tempo, a entidade maior do esporte passou a não dar conta da quantidade de litígios, processos e reclamações em geral que iam parar em sua sede, sob a alegação de que somente 35% das transações eram realizadas por agentes credenciados. O restante seria de \"atravessadores\", e jogadores e clubes os deixavam circular e assinar procurações.
O número é contestado pelo presidente da Abaf, Jorge Moraes, que trabalha com atletas como Gum, do Fluminense, Andrezinho, do Inter, e Aírton, do Benfica-POR.
- Temos 330 agentes no Brasil, a Fifa se baseia em estatísticas com pesos distintos. Caso seja validado, em dinheiro, a quantidade do que foi movimentado, somos responsáveis por pelo menos 85% das transferências. Isso porque em negócios pequenos, que são muitos, para países com pouca expressão, o próprio jogador ou o pai leva a conversa. A Fifa até tentou extinguir a classe, mas já está provado no futebol que não é possível. Em casos grandes, é preciso ter alguém sem envolvimento emocional e com conhecimento para negociar.
Para limpar a casa
Entre as mudanças propostas está um seminário semestral para que haja uma reciclagem contínua, uma padronização dos contratos, que contam com multa absurdas, e também um \"pente fino\" em quem está pagando as taxas e, de fato, exerce a profissão, para que seja facilitado o trabalho. O hoje técnico Edinho, por exemplo, está filiado à associação de agentes, assim como o pai do jogador Léo Inácio (ex-Fla, Flu, Botafogo e Vasco), hoje no Sendas, que, na prática, teve apenas o filho como seu \"cliente\". Eles vão ser contatados.
O advogado Marcos Motta, especializado em direito esportivo, representa a entidade nacional, que conta com outros empresários de alto quilate, como Léo Rabello, Reinaldo Pitta e Eduardo Uram. Confiante, Moraes crê que em breve será divulgada uma nova ordem na questão. No momento, já estão proibidos novos credenciamentos. Ainda assim, o Brasil só esta atrás de Itália, Espanha e Inglaterra no número de agentes Fifa.
- Precisa haver uma união da classe, algo que precisamos há algum tempo. A culpa e as acusações sempre caem sobre nós, mas não funciona assim. Todos aqui pagam alugueis de escritório e são contratados perante a lei. Entendo que haja quem discorde, mas os membros da Efaa não viriam a troco de nada ao Rio. Eles estão interessados em nos ter participando ativamente para que tudo seja reorganizado novamente.
Voz dissonante
O discurso mantém uma linha até semelhante, porém já existe um sindicato de agentes descontentes com a atuação da Abaf e que promete retaliar algumas posturas tomadas nesta terça-feira.
- É preciso criar uma instituição que seja neutra, principalmente para rever quem tem credibilidade no mercado. Ser agente Fifa virou só um status. Por essa confusão, saímos como bandidos e aproveitadores nas situações. A Abaf teve várias oportunidades para começar a dar um jeito nisso e jamais o fez. A Fifa começou a se afastar em 2005 - reclamou Pedro Braga.
Fonte: Globo Esporte.comMais lidas
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