Ricardo Rocha sobre Jô: "Estica o braço, sabia que não ia tocar na bola"
Nesta segunda-feira, a polêmica seguiu. O Corinthians venceu o Vasco neste domingo pelo Brasileirão com um gol irregular do atacante Jô, que na saída do campo disse não ter convicção de ter empurrado a bola para as redes com o braço. O jogador foi alvo de críticas, inclusive de quem sabe como poucos dos segredos dentro de campo. Com a autoridade e experiência de anos nos gramados vestindo a camisa de clubes como Real Madrid, Vasco e Flamengo, Ricardo Rocha, tetracampeão mundial em 1994 pela Seleção, hoje comentarista do SporTV, fez questão de dar sua opinião sobre a discussão. E a palavra de zagueiro não deixou dúvidas ao contestar a declaração do atleta corintiano.
- Vou falar uma coisa para vocês. Fiquei calado até agora, não tinha visto o lance como eu vi várias vezes. Adoro o Jô, acho que ele se recuperou muito bem, mas quando ele passa da bola, coloca a mão proposital, sim. A mão ele estica um pouco mais, mas que bateu ele sabe. Ele adianta o braço, sabe que não vai pegar na bola. Isso ele fez. E ele sente que bateu - disse, no "Seleção SporTV" desta segunda-feira.
A polêmica com Jô acabou tendo maiores proportões por causa de um lance em que se envolveu com Rodrigo Caio na semifinal do Campeonato Paulista, em março deste ano. No jogo de ida, no Morumbi, o árbitro Luiz Flávio de Oliveira marcou falta do jogador do Corinthians sobre o goleiro do São Paulo, Renan Ribeiro, e deu ao atacante cartão amarelo, que o suspenderia do jogo de volta. Mas o zagueiro tricolor se acusou de ter ele mesmo pisado no companheiro de time, o que fez a marcação ser anulada logo em seguida. O apresentador Marcelo Barreto lembrou que, depois daquele episódio, o atacante prometera no próprio "Seleção SporTV" que se comportaria de forma mais ética, o que acabou não ocorrendo. Mas diz que a regra ampara o jogador.
- Se daí para frente ele se sente desobrigado a avisar ao árbitro, mesmo com o que o Rodrigo Caio fez com ele... Ele está amparado pela regra, a regra não obriga o Jô, não tem nada dizendo que "quando um jogador cometer um ato ilícito, tem que comunicar ao árbitro". Não existe isso.
O comentarista Lédio Carmona acha que o atacante deveria ter ao menos admitido nesta segunda-feira a irregularidade cometida na partida.
- Quanto ao Jô, não vou discutir a ética, não conheço ele, não sei o que está passando na cabeça dele, mas eu acho que ele hoje tem a chance, se viu o lance na televisão, de dar uma entrevista na televisão e dizer: "Eu botei a mão na bola. Posso até ter posto de forma involuntária, mas botei." Ele tem essa chance.
De qualquer forma, segundo os comentaristas, o erro maior foi da arbitragem da partida.
- O maior erro que eu acho nesse lance, que é capital, é do árbitro que está encostado, o vigia. Não dá, velho - disse Ricardo Rocha.
- Você tem três pessoas para ver esse lance. O árbitro, o assistente e o cara atrás do gol, o tal do vigia - completou, indignado, Lédio Carmona.
Em resposta à polêmica criada pelo erro de arbitragem, o chefe da Comissão Nacional de Arbitragem, coronel Marcos Marinho, comunicou na tarde desta segunda ao GloboEsporte.com que, a partir da próxima rodada, o Campeonato Brasileiro passará a ter árbitro de vídeo. A decisão foi tomada pelo presidente da CBF, Marco Polo Del Nero.
Fonte: Sportv.com
- SuperVasco