Ricardo Graça faz autocrítica: "Não vou ser a solução"
O zagueiro Ricardo, cria de São Januário, realizou o sonho de todos os meninos que crescem nas categorias de base do Vasco e virou titular da equipe profissional em 2018. Ainda jovem, beirando os 21 anos, oscilou, foi alvo de críticas de todos os lados, inclusive dentro de casa, e aprendeu. Hoje, só um ano depois, mostra maturidade para reconhecer sua condição e minimizar alguns momentos não tão bons.
Em 2019, com problemas físicos dos concorrentes pela posição, Ricardo ganhou a vaga de titular do lado esquerdo da zaga do Vasco. Desta vez, não oscilou. Matou a oportunidade no peito, aproveitou e tem agradado ao técnico Vanderlei Luxemburgo. Na atual temporada, já são 16 jogos, dois gols e muita confiança de que está no caminho certo.
- Como era meu primeiro ano jogando oscilei em dois jogos. É normal a pressão da torcida. É o que sempre falei. Quem quer jogar no Vasco, em time grande, tem de saber lidar com essa pressão. É normal. Eu saí, continuei trabalhando, entrei no ultimo jogo do ano passado de lateral, contra o Ceará, voltei esse ano, joguei com Valentim, Valadares, Luxemburgo... O principal é paciência e sequencia - disse, em entrevista ao GloboEsporte.com.
E Ricardo não depende das críticas externas, da torcida, para saber quando erra, quando oscila e quando fica abaixo daquilo que sabe que pode render. A própria consciência do zagueiro faz isso, mas tem gente na própria família que ajuda.
- Quando jogo mal e saio, posso até achar que não tinha que sair e ficar chateado, é normal, mas sempre tive consciência. Sempre fui muito autocrítico e fiz autoavaliações minhas. Não só eu, mas meu pai, minha namorada. Quando jogo mal e pego o telefone, já está todo mundo falando. Quando jogo muito bem, eles não falam que jogo bem, falam que eu errei não sei o que, não sei o que lá. E eu sou assim. Quando erro algo no treino, saio chateado. Sou muito autocrítico - explicou.
Ainda aos 22 anos, Ricardo também sabe que, apesar da boa fase e da sequência, precisa aprender com exemplos dentro do próprio Vasco. Henríquez, Leandro Castan, Breno e Werley, companheiros de posição, são os professores.
- Tenho muita coisa para melhorar ainda. Não vou ser a solução da zaga, óbvio que não. Temos vários zagueiros de qualidade, Werley, Castan, Breno nem se fala, o Henríquez. Estou aqui para somar. Mas estou vindo num momento bom, espero continuar nesse momento bom. Tenho certeza que o Vanderlei vai me ajudar, é o cara mais experiente do Brasileirão. Acho que ele tem muito a acrescentar.
"Experiente" mesmo aos 22 anos, nas palavras e também pelos momentos em campo, Ricardo dá até conselho para os garotos mais novos do elenco.
- Tem vários moleques vindo da base, o Talles, Tiago Reis, Miranda, e é normal oscilar. O próprio Tiago Reis vinha fazendo muito gol e hoje está no banco, esperando o momento dele. Daqui a pouco pode entrar de novo, decidir para a gente e ser titular. Tem muita gente vindo aí para ajudar - completou.
Depois da pausa do Campeonato Brasileiro para a Copa América, o Vasco enfrenta o Grêmio neste sábado, e Ricardo, titular, espera que o período de preparação tenha sido bom para o Cruz-Maltino.
- Acho que melhorou taticamente. O Vanderlei está tendo tempo para trabalhar. Ele não fez a pré-temporada, então agora é um espaço grande e vindo viajar para Foz dá para treinar em período integral, o grupo fica mais unido. Está sendo muito bom. Treinamos marcação pressão, taticamente como ele quer. A gente já vinha de duas vitórias, agora é só manter e melhorar. Se Deus quiser a gente joga contra o Grêmio e volta com os três pontos para casa.
Fonte: (ge)Mais lidas
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