Futebol

Ricardo Gomes lembra tempos de jogador e fala sobre reforços

Bem humorado e sempre educado, Ricardo Gomes lembrou dos tempos de jogador, quando enfrentava o poderoso ataque vascaíno, de Roberto Dinamite & cia. Hoje, à frente do time do Vasco, ele conta o que fez para levantar o moral da equipe após o pior início de Estadual da história do clube.

O que você lembra do Vasco da época de jogador?

No Vasco, encontrei os melhores atacantes. A formação era Mauricinho, Roberto e Romário. Depois vieram Arturzinho, Mario... Basta? Bismarck, Geovani... Pega um Mauricinho no Maracanã para você correr atrás. Era um ponta que vinha driblando. Romário acelerando o jogo. Roberto com a bola parada ou dentro da área. Era duro, mas o Fluminense era muito forte também.

Você pegou um time destroçado psicologicamente. O que fez para mudar este quadro?

Muita conversa e simplicidade. Se inventar nesta hora fica marcando o passo. É muito papo para resgatar a confiança. Além de tudo, é um time jovem. Se é um time experiente, o comportamento é outro. Você chega empurrando a porta. Aqui, não. Junta, conversa bastante, coloca para cima que o resultado chega.

Falta muito para o time ter a cara do Ricardo Gomes?

Falta. Foram dois bons jogos. É muito pouco. O Vasco precisa de uma sequência de bons resultados para resgatar a credibilidade com a torcida. A última goleada ajudou bastante. Foram três passos em vez de um. Mas é pouco. Quando você enfrentar dez adversários, todos diferentes, você começa a ter uma referência. Aí, veremos até onde o Vasco vai na temporada.

Há reforços a caminho?

Falamos sobre contratações diariamente. O Vasco não está podendo escolher jogador. Nosso trabalho é de observação e concentração nas oportunidades que surjam. Todos os dias falamos sobre isso, mas não tem desespero nenhum.

Rodrigo Caetano falou em contratar um meia de ligação e um atacante. Procede?

Acho que o Felipe e o Jeferson estão muito bem, mas isso pode acontecer. Tem jogadores que eu acho que ainda podem dar respostas. O Misael eu não conhecia muito bem. É um jogador que está passando por um período de adaptação e que pode deixar seu recado por aqui. É um momento de recuperação e paciência para os que não tiveram espaço.

Qual o melhor jogador que você já treinou?

Ih... são vários. Os goleiros: o Lama, no Paris Saint Germain; e o Julio César, no Flamengo. Dois jogadores de seleção. No Monaco lancei um goleiro, o Ruffier, que já está sendo convocado. Creio que o Prass vai chegar na seleção. Tem Raí, Marco Simone, um atacante italiano, Leonardo. Tinha um jogador do Vitória chamado Matuzalém. Que jogador de futebol! Um volante que sabia jogar. No São Paulo, Rogério Ceni é exemplar. É um grande goleiro e nunca vi um cara cobrar falta com tanta perfeição. O rendimento dele nos treinos é impressionante. Não é só talento, é dedicação. Eu tinha que ter estudado para esta pergunta (risos). Vou esquecer alguns.

Qual o setor do time que lhe passa mais confiança?

Nos primeiros dias, conseguimos um rápido desenvolvimento coletivo. As linhas de defesa, meio e ataque se encontraram rapidamente. E isso foi mais rápido que eu esperava. O time está bem equilibrado. Estou sendo bem cauteloso. O jogo flui e isso traz confiança.

Fonte: Extra