Futebol

Ricardo Gomes abre o jogo e diz: "Vasco é melhor do que falavam"

Ricardo Gomes não era a primeira opção do Vasco para substituir PC Gusmão no comando da equipe, mas seu nome foi muito bem aceito quando acertou com o clube. Com dois bons resultados, o treinador já mostrou um pouco de seu trabalho.

De maneira tranquila, Gomes admite que os jogadores do Vasco têm qualidade, mas que a juventude da equipe é preocupante. No entanto, ele garante que não está com medo das possíveis dores de cabeça que terá durante a temporada nem que isso possa lhe trazer problemas maiores, como o derrame que teve no comando do São Paulo, em 2010.

– Fiz todos os exames e até hoje não sabem o que aconteceu. Está tudo normal. Nem remédio para dor de cabeça eu tomo – garante o comandante vascaíno.

RodrigoCiantar: Você teve alguma surpresa no elenco depois que chegou a São Januário?

Nenhuma. Encontrei um grupo mais qualificado do que falavam, mas é um elenco jovem. Por ser um time novo, é preciso outro tipo de preparação. Eles precisam de mais informações e orientações.

Dennis Nery: Na situação que o Vasco se encontrava, você teve algum receio de assumir o clube?

Antes de acertar, pensei em duas coisas: no momento do clube e na grandeza do Vasco. A História do Vasco é muito maior do que o momento que estava passando.

D.N.: Você é um treinador que começou a carreira já em clubes grandes. Que tipo de aprendizado se tira desta situação?

Por ter uma carreira na Seleção e no exterior, acaba que conquisto uma bagagem. O Dunga sofreu pressão por nunca ter sido técnico, mas teve resultado. Até a Copa do Mundo, ele foi talvez um dos melhores treinadores que passaram por lá. E só conseguiu isso por conta da experiência que teve como jogador, mesmo sem experiência como treinador.

D.N.: E você ainda aprende na profissão? O que você já aprendeu no comando do Vasco?

Independentemente de ter tido experiência na Seleção ou fora, todo dia aprendo algo. Aprendo com os treinos. As atividades, por mais simples que sejam, ensinam. Entrei aqui aprendendo. Basta olhar para História do Vasco, que aprendo alguma coisa.

R.C.: E neste tempo que você está aqui, o que já viu de diferente com relação ao ambiente?

Os jogadores estão mais alegres porque os resultados aconteceram. Isso dá credibilidade ao trabalho. O que se passa de informação, os atletas estão assimilando.

D.N.: O Vasco teve duas vitórias sobre seu comando. Está preparado para ser cobrado quando os placares não forem positivos?

Temos de saber separar. Sofro com pressão desde os 18 anos. Como jogador é diferente de treinador, mas não é nada de outro mundo. Não pense também que absorvemos tudo que acontece e que falam. Eliminamos muitas coisas que se falam do trabalho.

R.C.: Como você espera fazer para evitar isso?

No futebol, você vê uma coisa em uma semana. Na seguinte, um jogador que melhora, outro treinando bem ou aquele que começa a treinar mal. É preciso fazer observações diárias. Para isso que há uma comissão técnica, para diminuir a chance de erro.

R.C.: Que recado você pode dar para o torcedor vascaíno?

Vamos trabalhar muito e precisa ser bem feito. Temos membros na comissão técnica que têm paixão e competência, pessoas que estão aqui há mais de 40 anos. Todos abraçaram a causa e este é o primeiro passo para as tudo ter um final feliz que, no Vasco, é o título. Vamos em busca disso, mas só posso prometer trabalho por enquanto.

(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal Lance)

Fonte: Jornal Lance