Riascos x Guerreiro: O duelo de gringos no Maracanã
Guerrero chegou como astro. A música para o jogador já estava pronta antes dele colocar a bola para as redes pela primeira vez. No último ano da primeira gestão Bandeira de Mello, o peruano, credenciado por grande passagem pelo Corinthians e a segunda artilharia consecutiva na Copa América pelo seu modesto time, foi contratado com toda a pompa, embalando os sonhos rubro-negros de buscar algo além da luta contra o rebaixamento no Brasileiro.
Apesar do cabelo nada discreto, Riascos chegou sem holofotes, sozinho, ao lado apenas do empresário em seu no desembarque. Contratado pelo Cruzeiro em janeiro, pouco atuou no time de Minas Gerais. O jogador veio então ao Rio cheio de sonhos e com o objetivo de apagar a imagem daquele pênalti da Libertadores de 2013 do seu Tijuana (MEX) contra o Atlético-MG – lance que fez o colombiano ser lembrado para sempre em canção da torcida do Galo.
Se não chegou para ser estrela – papel que estava previsto para Dagoberto, outro que veio do Cruzeiro -, Riascos não passa despercebido em São Januário. E não apenas pelas danças na hora do gol. Seja improvisado mais recuado no meio de campo ou no ataque, como homem de área, o jogador colombiano é quem mais finaliza, quem mais dribla e quem mais fez gols desde que chegou ao Vasco - é artilheiro do time no Brasileiro com três gols e fez outros dois na Copa do Brasil. O caô continua intenso na Colina, mas Riascos tenta dar sua contribuição para que o time saia deste momento.
Fora de campo, os jogadores têm personalidade parecida. Os companheiros dos jogadores destacam o perfil tranquilo, avesso a indisciplinas e polêmicas - o peruano ainda ganha mais destaque por namoro com modelos famosas em seu país e também conquistou corações por aqui. Riascos é casado e tem um filho, que adota o mesmo penteado do pai e rouba a cena quando aparece na zona mista.
Sem marcar por um mês, Guerrero desabafou após fazer o gol da vitória sobre o São Paulo no último domingo. O peruano chorou e mostrou que sucumbiu à pressão de um pequeno momento delicado no Flamengo. Alvo de agressão num desembarque do Vasco - um cuspe de um taxista no Santos Dumont -, Riascos perdeu a cabeça, mas foi contido pelo argentino Guiñazu.
A história dos dois se une um pouco mais quando se olha para a infância. Riascos nasceu em Buenaventura, bairro próximo à Cali. Amigos descrevem a vida de Duvier Orlando Riascos Barahona como "muito pesada". O pai trabalhava no porto da cidade descarregando café e açúcar. Quando tinha 11 anos, a irmã faleceu - ela tinha oito. Quando saiu de casa para tentar a sorte na carreira, aos 16, outra tragédia: a morte do pai. Com outros dois irmãos e a mãe em casa, Riascos não desistiu. Teve mais sucesso no futebol da China e no Tijuana, na campanha que levou os mexicanos longe na Libertadores.
- Riascos é um atacante potente, com bons recursos físicos, porém, ao longo da sua carreira, não se consolidou como artilheiro. Talvez, por isso, jamais teve oportunidades na seleção colombiana - avaliou Sergio Jácome, da Rádio Virtual, de Bogotá, em pequeno perfil publicado pelo GloboEsporte.com na contratação do jogador colombiano.
Natural de Lima, Guerrero vem de família com origens no futebol. Hoje, um dos maiores salários do futebol brasileiro - com vencimentos estimados em R$ 900 mil -, ele tem origem humilde, num bairro na periferia da capital peruana - Chorrillos. Aos três anos de idade, Guerrero perdeu o tio em um trágico acidente aéreo que matou 43 pessoas, entre elas, todos os jogadores titulares, reservas e comissão técnica do Alianza Lima, tradicional equipe peruana. O Fokker F-27, da Marina de Guerra do Peru, caiu próximo ao Aeroporto Jorge Chavez, de Lima, no mar de Ventanilla. Até hoje, não foi esclarecida a causa da queda.
Além do tio José Gonzales “Caico” Ganoza, goleiro falecido em uma tragédia aérea na década de 1980, e de dois tios-avôs, que jogaram no River Plate e no Boca Juniors, os três irmãos (de pais diferentes) de Guerrero também tentaram a sorte na bola. Todos passaram pela base do Alianza Lima, mas só Julio Rivera, o mais velho, conseguiu destaque. Inicialmente ponta-direita e depois lateral, ele foi vice-campeão da Libertadores com o Sporting Cristal diante do Cruzeiro, em 1997.
Ídolo no Corinthians e em seu país, o atacante fez quatro gols em nove jogos pelo Flamengo. Dois anos mais jovem, Riascos - que marcou cinco vezes em 18 jogos - encarou a chance no Vasco como a grande oportunidade de aparecer no futebol brasileiro. Em outra proporção, a trajetória é parecida com a de Guerrero, que saiu do seu país, passou pelo time B do Bayern de Munique e depois jogou no Hamburgo, até chegar ao Corinthians e se tornar herói da Fiel com o gol do título mundial. Ao atacante do Vasco, há a esperança de manter o bom retrospecto contra o Fla: primeiro fez o gol em Brasília, no 1º turno do Brasileiro; e agora o passe para Jorge Henrique na partida de ida e em novo 1 a 0 sobre o arquirrival.
Nesta quarta-feira, às 22h, Vasco e Flamengo se enfrentam pelo duelo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil, no Maracanã. O Cruz-Maltino joga pelo empate. O Rubro-Negro precisa vencer por dois gols. Se triunfar por um, força a decisão por pênaltis.
Fonte: geMais lidas
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