Representantes de clubes e CBF afirma que greve do Bom Senso seria injusta
Principal candidato a seguir negociando com o Bom Senso, Vilson de Andrade, presidente do Coritiba, não aprova as últimas movimentações do grupo. Em entrevista após um evento em São Paulo, ele não gostou da possibilidade de paralisação das Séries A e B, levantada pelos atletas na semana passada.
"Não acho legítimo. Greve é medida extremamente dura. No momento, o futebol brasileiro não teria condições de fazer. Quando você entra em ameaça de greve por um problema específico de um clube eu acho que não é justo", disse Vilson, um dos convidados do simpósio organizado pela Fenapaf (Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol) no Museu do Futebol, no Pacaembu, em São Paulo.
O presidente do Coritiba é o cartola destacado para travar as discussões sobre calendário e fair-play financeiro, entre outras temas, com o Bom Senso. Vilson faz parte da comissão estabelecida pelos clubes para negociar um refinanciamento das dívidas das agremiações com o Ministério do Esporte e o Congresso Nacional.
Por isso, ele também deve assumir as conversas com o Bom Senso, que só exige um documento que o caracterize como representante de fato da CBF e dos clubes. "Os seis membros da comissão talvez não representem os 40 clubes que podem contribuir. A gente entende que a CBF talvez queira colocar alguém na frente para que a gente passe um tempo discutindo, e aí mais adiante isso não valeu de nada. Vamos buscar algo oficial", disse Paulo André, líder dos jogadores.
"Tem uma portaria que nomeou os clubes representando a CBF, apoiada pelos clubes. Não sou presidente da comissão, mas sou o único que tem debatido, por iniciativa própria de querer ajudar as partes. Ele [Paulo André] sabe, conhece a portaria. Hoje eu falo em nome da CBF também", disse Vilson.
Nesse cenário, pode-se concluir uma posição mais concreta da entidade sobre a possibilidade de greve. Até agora, José Maria Marin e Marco Polo del Nero, presidente e vice da entidade falaram pouco sobre o assunto. Vilson, por sua vez, até projetou eventuais dificuldades burocráticas.
"Tem um aspecto jurídico que tem de ser colocado. O Bom Senso não existe como pessoa jurídica. Se um consumidor entra com ação contra o clube, ele não pode acionar o Bom Senso. O clube teria de entrar com ação contra pessoas físicas", disse o cartola.
Ciente do problema, o Bom Senso já trabalha com a ideia da criação de uma pessoa jurídica, como "aconselha" Vilson. A chance de uma greve em 2013, porém, é pequena. Depois do acordo entre dirigentes e jogadores do Náutico, há uma semana, o movimento praticamente descartou a possibilidade de uma paralisação na rodada final da competição.
Fonte: UOL EsporteMais lidas
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