Reportagem mostra os técnicos que marcaram Romário

Romário sempre deixou claro o que gostava e o que não lhe agradava fazer dentro de campo. Por isso, o Baixinho colecionou adoradores e desafetos no futebol. E com os seus treinadores não foi diferente. O sétimo capítulo da Série \"Romário é 11\" trata dos técnicos mais marcantes da carreira do artilheiro dos 1002 gols e de um gênio às vezes indomável.

A série:

> Artilheiro dos mais de mil gols na carreira
> As onze camisas de Romário em mais de duas décadas
> As grandes polêmicas de um Baixinho
> Os parceiros marcantes de Romário
> Língua afiada de um frasista renomado
> As maiores vítimas de um artilheiro


Os técnicos mais marcantes da carreira de Romário

1- Edu Coimbra

Edu Antunes Coimbra, o maior ídolo da História do América, e irmão de Zico, maior jogador da História do Flamengo, foi quem teve a \"responsabilidade\" de proporcionar ao Baixinho a sua primeira oportunidade entre os profissionais do Vasco, no Campeonato Brasileiro de 1985. No segundo tempo do confronto diante do Coritiba, que viria a ser o campeão daquele ano, em São Januário, Romário entrava em campo substituindo Mário Tilico. Era a estreia do Baixinho como titular. O Vasco venceu por 3 a 0, com dois gols de Roberto Dinamite e um de Vítor.

2-Carlos Alberto Silva

Romário já era tido como a grande revelação do futebol brasileiro do fim da década de 80 e faria a sua primeira participação relevante com a Seleção em 1985, no Mundial sub-20. No entanto, o Baixinho foi cortado da competição pelo técnico Gilson Nunes, sob a acusação de indisciplina. Com isso, foi Carlos Alberto Silva, técnico que conduziu o Guarani ao seu primeiro e único título do Campeonato Brasileiro (1978), que apostou no Baixinho pela primeira vez.

Romário foi convocado para defender a Seleção principal em 1987. Após estrear marcando dois gols contra a Finlândia, o Baixinho é chamado para a Copa América daquele ano, mas assiste a derrocada da Seleção no banco de reservas. No ano seguinte, nas Olimpíadas de Seul, na Coreia do Sul, Romário é titular e leva o Brasil à final do torneio. O Brasil é superado pela União Soviética e fica com a prata. Romário, artilheiro com seis gols, é contratado pelo PSV, da Holanda.

3-Sebastião Lazaroni

Se Romário pouco pôde fazer na Copa América de 1987, o Baixinho seria o grande personagem da edição seguinte, a de 1989, disputada no Brasil. Foi o camisa 11 que conduziu o Brasil, comandado por Sebastião Lazaroni, ao título da competição, quebrando um jejum que durava 40 anos.

Se Romário foi decisivo na Copa América de 89, o mesmo não pode se dizer da Copa de 1990, disputada na Itália. Às vésperas do Mundial, o Baixinho sofre uma lesão, mas se recupera a tempo de jogar o Mundial. No entanto, Lazaroni, que foi técnico de Romário no Vasco, escala o atacante como titular apenas na última partida da primeira fase, contra a Escócia. A Seleção seria eliminada na fase seguinte, para a rival Argentina de Maradona.

4-Guss Hiddink

O holandês, que hoje comanda a seleção da Turquia, foi o primeiro treinador de Romário no PSV, da Holanda. Romário considera Hiddink um dos grandes responsáveis pelo seu sucesso no PSV. Com Hiddink, Romário conquistou o Campeonato Holandês de 1988-1989 e a Copa da Holanda em 1988-1898 e 1989-1990.

5-Johan Cruyff

Cruyff, o maior jogador holandês de todos os tempos, foi o treinador de Romário em sua passagem pelo Barcelona, nos anos de 1993 e 1994. Foi ele que proferiu a mais do que célebre frase sobre o Baixinho: \"Ele é o gênio da grande área\". Com Cruyff no comando, Romário levou o Campeonato Espanhol de 1993-1994, a Supercopa da Espanha de 1994 e o Tereza Herrera de 1993.

6-Carlos Alberto Parreira

Em grande fase no PSV e depois no Barcelona, Romário não gozava de tanto prestígio com Carlos Alberto Parreira, então técnico da Seleção Brasileira, em 1994. No entanto, com o Brasil tendo de vencer o Uruguai, no Maracanã, para não ficar de fora da Copa de 1994, Parreira se rende ao clamor público e convoca o Baixinho. O camisa 11 tem uma atuação de gala, marca os dois gols da vitória e garante a Seleção no Mundial dos Estados Unidos. Já na Copa, Romário chama a responsabilidade para si, apaga a sua frustração da Copa anterior e ganha \"sozinho\" o Mundial de 1994.

7-Zagallo

Zagallo também comandou Romário na Copa de 1994, quando era auxiliar técnico de Parreira. Já em 1997, como técnico, foi com o Velho Lobo que o Baixinho conquistou o seus dois últimos títulos pela Seleção: a Copa América de 1997 e a Copa das Confederações do mesmo ano. A relação dos dois ficaria estremecida em 1998. Após ser cortado do Mundial da França, o Baixinho resolveu \"homenagear\" Zagallo e Zico (coordenador técnico da Seleção) com a caricatura de ambos na porta de um dos banheiros da sua boate, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A travessura rendeu a Romário um processo na Justiça e a condenação de R$ 380 mil de multa ao Velho Lobo.

8-Antonio Lopes

Romário nunca escondeu a sua predileção por Antonio Lopes, o seu segundo técnico como jogador profissional. Lopes, que atualmente dirige o Atlético Paranaense, comandou o Baixinho em 89 oportunidades, sempre no Vasco. O Delegado foi um dos grandes responsáveis pelo grande futebol que o Baixinho viria a apresentar em sua carreira. Para Romário, Lopes foi um dos melhores técnicos que teve na carreira.

9-Joel Santana

Papai Joel comandou Romário no Vasco, Flamengo e Fluminense. Foram 153 jogos tendo o Baixinho como jogador. E essa parceira rendeu muitos frutos: Campeonato Carioca e Copa Ouro de 1996 pelo Flamengo e Copa Mercosul e Copa João Havelange de 2000 pelo Vasco.

Joel garantiu que jamais teve qualquer tipo de problema com Romário

- Romário sempre foi a minha bandeira dentro de campo. Nunca tive qualquer problema com ele, que sempre foi muito comprometido com os treinos. Tanto que comandei ele em três clubes. E fiz isso com o maior prazer. Romário sempre foi um amigo e não escondia nada. Queria ter mais jogadores como ele... Quando tenho a oportunidade, sempre procuro me encontrar com o Baixinho - disse Joel, atualmente no Bahia, ao LANCENET!.

10- Luiz Felipe Scolari

Felipão comandou Romário em apenas um jogo: contra o Uruguai, pelas Eliminatórias da Copa de 2002, no Japão e Coreia do Sul. A relação de ambos ficou estremecida com a não presença de Romário naquele Mundial, que acabou sendo vencido pelo Brasil. O clamor popular pela convocação do atacante era grande, assim como havia acontecido em 1994. Para o Baixinho, Felipão confiou nas pessoas erradas ao não convocá-lo para a Copa.

11- Vanderlei Luxemburgo
O ano era o de 1995. O Flamengo, em seu centenário, contratara Romário, então melhor jogador do Mundo e campeão da Copa de 1994, para formar o \"Melhor ataque do Mundo\" com Sávio e Edmundo. Vanderlei Luxemburgo, que ganhara cinco títulos em dois anos pelo Palmeiras, era o técnico. No entanto, o Rubro-Negro não conquistou nada em 1995. Luxemburgo e Romário não se entenderam, o que contribuiu para o fracasso do Flamengo naquele ano.