René Simões: Das promessas ao insucesso no Vasco

A passagem de René Simões como diretor executivo de futebol doVasco está próxima de acabar. Já considerado carta fora do baralho cruz-maltino, o dirigente ainda não teve sua saída oficializada pela diretoria, mas já não responde pelo cargo assumido em dezembro de 2012. Em sua passagem por São Januário, René acumulou insucessos nas contratações, largamente dificultadas pelos entraves financeiros que vêm paralisando as ações do Gigante da Colina, e desavenças com outros integrantes da diretoria.

De estilo peculiar, marcado por frases de efeito e opiniões fortes, o ex-treinador teve sua permanência no clube considerada insustentável após alguns jogadores declararem à imprensa sua insatisfação com o diretor. Curiosamente, no dia da demissão de Gaúcho, René afirmou que o técnico cairia apenas se “perdesse o vestiário”.

Promessa de superstars

Técnico desde a década de 1970, René Simões teve sua carreira à beira do gramado marcado pelos trabalhos com a seleção jamaicana, a qual classificou para a Copa do Mundo de 1998 e a campanha da medalha de prata nas Olimpíadas de 2004 com a seleção feminina.

Longe do banco de reservas desde o ano passado, René foi diretor das categorias de base do São Paulo e chegou ao Vasco no dia 4 de dezembro de 2012. Em sua apresentação, o dirigente disparou mais uma de suas frases marcantes. De acordo com ele, seu objetivo era montar uma equipe formada por “oito jogadores da base e três superstars”.

Porém, a realidade mostrou-se bem diferente. Asfixiado financeiramente por sucessivas penhoras e decisões judiciais desfavoráveis, o Vasco viu seus principais jogadores deixarem o clube. Em litígio pelos salários atrasados, Fernando Prass, Juninho Pernambucano, Felipe e Alecsandro foram embora.

Futuro sem René

Para repor as perdas, René fez das tripas coração e, por empréstimo, trouxe nomes conhecidos, mas sem espaço em seus antigos clubes como o lateral-direito Nei e os volantes Sandro Silva e Pedro Ken. À procura da melhor formação, o Vasco, que chegou à final da Taça Guanabara, patinou no segundo turno e o diretor demitiu o técnico Gaúcho após derrota por 2 a 0 para o Nova Iguaçu.

Talvez a principal vitória do diretor de futebol em seus seis meses de trabalho, o Vasco apressou-se para anunciar a chegada do campeão mundial Paulo Autuori. Com o novo treinador vieram mais reforços, como Alisson e Edmílson, porém, o zagueiro Dedé fechou a lista de ídolos que deixaram São Januário negociado com o Cruzeiro por R$ 14 milhões, todos transferidos diretamente para sanar dívidas do clube.

Já com Autuori no comando técnico, René Simões concedeu entrevista coletiva no dia em que completava cinco meses de casa. Em sua fala, o diretor fez o balanço de reunião da alta cúpula do Gigante da Colina:

“Chegamos à conclusão que se olharmos o presente do Vasco queremos sair correndo, mas o futuro dá vontade de ficar”, afirmou o diretor. O promissor porvir vascaíno, porém, não será aproveitado por René Simões.