Renato Gaúcho: um Zacharias ou um Zacarias?

A derrota do Vasco para o virtual tricampeão Brasileiro no último domingo havia deixado pelo menos uma boa impressão. O time escalado por Renato Gaúcho, jogando em casa, diga-se de passagem, conseguiu dominar grande parte da partida, apesar de não ter feito o segundo gol necessário para empatar.

O Vasco marcou o São Paulo em cima, obrigando o time de Muricy a dar alguns chutões e dificultando o trabalho de Hernanes e Jorge Wagner, entretanto, no futebol, não basta uma boa escalação para fazer um time sair vitorioso, portanto, funcionando como um relógio suíço, a equipe comandada por Muricy há 3 anos conseguiu a vitória, mesmo com o Vasco criando inúmeras chances na partida e tendo sido prejudicado em razão de um pênalti não marcado em Wagner Diniz.

Independentemente do resultado ruim, o Vasco enfrentou o líder da competição de uma maneira firme, compacta, com meias e atacantes ajudando na marcação e formando um autêntico sistema defensivo, em vez de deixarem apenas os 3 zagueiros com a responsabilidade de parar o ataque adversário. Porém, a falta de treinamentos coletivos e as sucessivas mudanças na escalação do time levaram o Vasco a falhar nos gols são-paulinos, por falta de comunicação ou concentração em momentos cruciais da partida.

Para surpresa ou não dos vascaínos, Renato irá inovar mais uma vez e Vilson entra no lugar de Edu Pina no penúltimo jogo do Campeonato. Provavelmente Vilson conseguirá apoiar de maneira impecavel as subidas de Mádson e Alex Teixeira quando um dos dois cair pelo lado esquerdo do campo, afinal, nem mesmo esta alteração foi capaz de fazer Renato dar treinamento em período integral durante a semana.

Mas para não sermos injustos com o treinador vascaíno, cuja visão vai além daquilo que podemos ver a olho nu, afirmamos com toda certeza, que, se tal gênio incompreendido tivesse nascido em outra época, lá pelo ano de 1580, ele teria sido Zacharias Janssen, que aos 10 anos de idade inventou com seu pai o microscópio, mas como não é este o caso, o comandante vascaíno está mais para outro Zacarias, o saudoso trapalhão.