Relembre como foi a criação do Clube dos 13
Fundado em julho de 1987, o Clube dos 13 foi criado para defender os interesses políticos e comerciais dos 13 principais clubes do Brasil, além de organizar um campeonato nacional rentável e disputado. Foi assim que surgiu naquele ano a Copa União, cujo título do Flamengo foi finalmente reconhecido nesta semana como brasileiro pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
O Clube dos 13 organizou o torneio de 87 porque a CBF, então presidida por Octávio Pinto Guimarães, vivia problemas financeiros e administrativos e não tinha condições de organizar o Brasileiro.
Assim surgiu a Copa União, que reunia os fundadores do Clube dos 13 - Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo, Santos, São Paulo, Palmeiras, Corinthians, Internacional, Grêmio, Atlético-MG, Cruzeiro e Bahia, que representavam juntos, na época, 95% dos torcedores do país - e Santa Cruz, Goiás e Coritiba. A inclusão destes três clubes no torneio fora uma exigência da CBF. Não houve critérios técnicos para a escolha. Os três só tinha bom desempenho em seus estados, o que provocou a exclusão do Guarani e do América, respectivamente, vice-campeão e quarto colocado no Brasileiro de 1986.
O objetivo de reunir os clubes mais populares do país num torneio era diminuir os prejuízos obtidos nos jogos contra clubes menores, pois os clubes alegavam que quem pagaria a conta desses jogos menores seriam os grandes clubes. A ideia deu certo, pois a competição é segunda maior da história em média de público, com 20.877 pagantes por jogo.
Observando o sucesso do torneio, a CBF resolveu organizar, com a Copa União já em disputa, uma outra competição com 16 clubes e alterar o regulamento da Copa União, afirmando que o torneio entre os grandes clubes seria o Módulo Verde enquanto o que ela estava organizando, o Módulo Amarelo. E ao fim, o campeão e o vice de cada módulo deveriam se enfrentar num quadrangular final de onde sairia o campeão nacional daquele ano e os dois representantes na Libertadores de 1988. Não houve acordo. Flamengo e Internacional, o vice-campeão da Copa União, se recusaram a enfrentar Sport e Guarani.
O clube pernambucano venceu a equipe paulista na decisão e acabou sendo declarado oficialmente campeão brasileiro daquele ano. O Sport foi considerado pela entidade o único campeão de 1987 por 24 anos até a decisão da CBF de também reconhecer o título rubro-negro.
Em 1988, a CBF voltou a organizar o Campeonato Brasileiro, mas manteve o nome Copa União. Já a organização criada pelos clubes se manteve até hoje sempre negociando os direitos de transmissão de campeonatos com emissoras de rádio e TV. O Clube dos 13, também dialoga com a CBF sobre a forma de disputa dos campeonatos nacionais. Em 2000, o Clube dos 13 voltou a organizar o Brasileiro. Batizado de Copa João Havelange, o torneio reunia mais de 100 clubes divididos em quatro módulos (azul, amarelo, verde e branco). O Vasco acabaria como campeão depois de derrotar o São Caetano na decisão.
Ao longo dos anos, o clube dos 13 inchou e passou a ter 20 clubes com as entradas de Atlético-PR, Coritiba, Goiás, Guarani, Portuguesa, Sport e Vitória.
Foi um documento assinado pelo Sport reconhecendo o Flamengo como campeão brasileiro de 1987 quando da sua entrada que serviu de brecha para o clube rubro-negro ter reconhecido o título nacional daquele ano. Este foi um dos argumentos que levou a CBF a aceitar o título do Fla na decisão de segunda-feira. O outro foi que a liminar que dava o título ao Sport não dizia que o time pernambucano deveria ser o único campeão de 1987.
O relacionamento no Clube dos 13 começou a ficar estremecido no ano passado, quando houve um racha entre os clubes na eleição para presidente da entidade. O ex-presidente do Grêmio Fábio Koff acabou reeleito com 12 votos contra oito do ex-presidente do Flamengo, Kleber Leite, que tinha o apoio do presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Koff comanda a entidade desde 1995.
Mas foi o polêmico campeonato de 87 que continuou gerando divergências dentro do Clube dos 13 desde que o São Paulo conquistou o pentacampeonato brasileiro em 2007. Na ocasião, o clube paulista passou a se considerar o primeiro pentacampeão nacional ignorando o título rubro-negro e pleiteou a Taça das Bolinhas, troféu criado pela Caixa Econômica Federal para ser entregue ao primeiro tricampeão consecutivo ou pentacampeão de forma alternada. No ano seguinte, o São Paulo conquistou o hexa enquanto o Flamengo seria novamente campeão brasileiro em 2009.
A disputa pela Taça das Bolinhas prosseguiu até que na semana passada o São Paulo recebeu o troféu da Caixa. Mas uma semana depois, na esteira do reconhecimento dos títulos da Taça Brasil e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa como brasileiros, a CBF reconheceu o título rubro-negro. Diante da recusa do São Paulo em devolver a Taça das Bolinhas para a Caixa, o Flamengo entrou na Justiça, que obrigou o clube paulista a devolver o troféu.
O Clube dos 13 voltava a ficar rachado. Enquanto o Corinthians anunciava que estava deixando a entidade, os clubes cariocas também comunicavam, em nota, que não iriam mais negociar os direitos de transmissão de TV através do grupo.
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