Relembre as frases que marcaram o 2020 do Vasco
Pouco menos de três meses de bola rolando no futebol brasileiro até a paralisação, mas um Vasco agitado e com novidades, dentro e fora de campo.
Com declarações dos principais personagens do clube, o GloboEsporte.com preparou uma retrospectiva com tudo o que de mais importante aconteceu no Gigante da Colina antes da pandemia do coronavírus, que interrompeu o esporte no Brasil e no mundo.
"NÃO PENSE QUE VOU TE PAGAR EM DIA"
Ciente de que não teria Luxemburgo para 2020, o Vasco traçou perfil do substituto.
O ano começou sob novo comando: Abel Braga.
Na apresentação, ainda no fim de 2019, sinceridade ao falar da conversa com o presidente:
"Campello falou mais. Senti um Vasco pacífico a nível político. Sou neto de português e tenho muitos amigos vascaínos. A torcida mostrou a cara e não é brincadeira o que eles fizeram. Não terá loucura aqui. Estou ganhando menos, mas estou com prazer. Ele me disse: "Vou te pagar, mas não pense que vou te pagar em dia". Ele me disse o que pensa do Vasco. Encerrar a carreira aqui será uma coisa boa. Dar seguimento ao ótimo trabalho do Luxa", revelou Abel.
"ESPERO FAZER MUITOS GOLS"
O Vasco sofreu em 2019 com a pouca eficiência dos atacantes.
A movimentação foi por um camisa 9, que veio com sotaque estrangeiro: Germán Cano.
O argentino chegou e já sentiu o clima no aeroporto:
"Festa belíssima. Espero dar alegrias com muitos gols. É uma coisa impressionante a torcida do Vasco. Estou muito feliz e espero poder desfrutar disso por muitíssimos anos. Vou tentar fazer o melhor para ajudar a equipe com gols e espero ajudar a todos. Sou um jogador completo no ataque, chuto bem com as duas pernas e espero fazer muitos gols"
"FOI LINDO"
A frase de maior impacto da temporada do Vasco.
Após derrota no clássico para um Flamengo sub-20, Abel preferiu elogiar a garotada que colocou em campo, mas deu munição aos rivais:
"Hoje foi lindo, cara. Os garotos tentaram, mas teve uma hora que não deu. O termo é esse: amassamos. Fizemos 30 minutos surpreendentes. Eles estavam nos dando a bola. Mas não conseguimos marcar o gol. Foi surpreendente nosso início".
"ELE NÃO DESAPRENDEU"
A pressão cresceu rapidamente, principalmente pelas derrotas em clássicos.
O desempenho da equipe não convenceu até mesmo contra os times de menor tradição.
Resultado: eliminação precoce na Taça Guanabara, fora da semifinal, mas apoio da diretoria.
"Isso é um ano político. Se eu trouxesse qualquer treinador, ele sofreria a pressão. O Abel é um treinador experiente e qualificado. Vale lembrar que um ano atrás todo o vascaíno o queria aqui. Não pode ter mudado em um ano. Ele não desaprendeu com certeza", afirmou o presidente Alexandre Campello.
"A INJÚRIA RACIAL É UM FATO"
Na Sul-Americana, classificação, mas sem tranquilidade.
Contra o Oriente Petrolero, da Bolívia, gol de Cano e vitória em São Januário na ida.
Na volta, fora de casa, um 0 a 0 apertado, mas um jogo manchado por manifestações racistas de torcedores bolivianos, não registradas na súmula.
"A gente já está tratando, na verdade. Primeiro é importante frisar que é inadmissível ter uma medida de muito ou pouco em caso de injúria racial. Isso não me entra na cabeça falar que foi muita ou pouca. Isso não existe. Para nós, o ato desrespeitou os nossos atletas. É um problema social da nossa sociedade. Ela anda doente. A gente não luta para preservar valores, mas para resgatar valores. Essa é a grande verdade. Tomamos todas as medidas. Nosso gerente, o André, no mesmo momento, contatou o delegado da partida antes mesmo de finalizar a súmula. E hoje nós enviamos um termo de contestação justamente para reforçar a nossa posição e para contestar o cartão amarelo sofrido pelo nosso atleta. A gente repudia veemente. Os atletas lidaram com isso da melhor maneira possível, demos toda a força possível. As coisas caminharam bem", afirmou André Mazucco, diretor executivo de futebol.
"EXPECTATIVA É MUITO LINDA"
O Vasco teve outros dois gringos acertados durante a temporada.
Guarín, com o apoio da torcida, resolveu a permanência na equipe após negociações.
Segundo reforço de 2020, Martín Benítez chegou ao Rio com altas expectativas:
"Expectativa é muito linda. Sei que venho para um grande clube, com muita história. Vou tratar de dar o meu melhor, espero ter um grande ano com todos juntos. É a primeira vez que saio do Independiente. É uma nova expectativa, espera que tudo saia da melhor maneira e que eu possa dar o meu melhor para o Vasco", disse Benítez.
"ESTAMOS TODOS NO MESMO BARCO"
O Vasco não engrenou na Copa do Brasil, mas avançou.
Empate com o Altos-PI, na primeira fase, e vitória magra diante do ABC, no Maracanã.
A postura contra o Goiás, contudo, foi de abatimento. Antes da derrota em São Januário, um 0 a 0 com o Volta Redonda, pela Taça Rio, machucou Abel:
"Estamos no mesmo barco. Não conversei com o presidente. Conversei com o Mazzucco. Vi que o presidente estava ali de pé, mas não falamos. Se tiver que falar algo, problema nenhum. A relação é normal. A situação está complicada para todo mundo, não é só para o Abel ou para o presidente. Quem sofre mais com isso é o torcedor, a razão de o clube ser".
"FICA O MEU AGRADECIMENTO"
O somatório de tudo chegou a um final já esperado: Abel fora do Vasco.
No adeus, o treinador afirmou:
"Como falei na minha última coletiva, depois do jogo contra o Goiás, gosto muito do Vasco, do presidente, dos jogadores, da torcida e do ambiente de trabalho. Mesmo com a crise financeira, jamais faltou dedicação e entrega. Mas as coisas não estão acontecendo da forma como imaginamos. Assim, num momento em que os campeonatos estão parados por motivo de força maior, saio para que o clube encontre um profissional que tenha tempo para trabalhar e tentar os ajustes necessários. Fica o meu agradecimento a todos".
"EXPECTATIVA ERA ACERTAR OS SALÁRIOS ATÉ O FIM DE 2019"
Alexandre Campello terminou o ano de 2019 falando sobre as dívidas:
"A todos os vascaínos e, em especial, aos colaboradores do Clube: como dito anteriormente, nossa expectativa era acertar os salários de atletas e funcionários até o fim do ano. O acordo que fizemos em relação às penhoras e o pagamento de mais de R$ 32 milhões em dívidas consumiram a maior parte dos recebíveis, o que nos obrigou a tentar obter os recursos através de uma operação com o BMG. Mas, em função da necessidade da operação passar pelo Comitê do Banco, a captação será concretizada só em meados de janeiro. Com isso, partimos para outra solução com maior chance de ser concretizada nos próximos dias. Este cenário, logicamente, está longe de ser o que queremos. Mas, como sempre temos dito, o pagamento de dívidas é fundamental para a regularização do fluxo de caixa e o cumprimento de todas as obrigações financeiras do Clube, notadamente com seus funcionários", publicou Campello.
Mas a situação do clube no momento ainda é delicada.
Nesta segunda, o clube pagou o 13º e quitou as pendências do ano passado (CLT).
O direito de imagem não é pago desde setembro (apenas alguns recebem).
Férias, de janeiro e fevereiro, estão em atraso.
Fonte: geMais lidas
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