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Regulamento Geral da CBF faz clubes revisarem preços dos ingressos

Há um mês publiquei neste espaço a informação de que executivos financeiros dos clubes discutiam em grupos privados um meio de convencer a CBF a revogar o parágrafo 5° do Artigo 97 do 7° Capítulo do Regulamento Geral de Competições (RGC), aprovado no dia 14 de fevereiro.

Através dele, a entidade cobra dos mandantes dos jogos de suas competições o valor que ultrapasse o preço da meia-entrada.

Assim: os clubes precisam registrar 50% por cada ingresso franqueado em 100%, ou o equivalente a 25% aqueles emitidos com 75% de desconto.

Os representantes dos clubes no conselho que aprovou o RGC de 2023 não mensuraram o impacto da medida, a entidade não aceitou as ponderações feitas quase um mês depois, e a decisão tomada por alguns foi a reforma do projeto sócio torcedor, e majoração também dos preços dos ingressos.

O Vasco foi dos primeiros a reagir, aumentando em 66% o valor do preço da arquibancada no jogo da segunda rodada da Copa do Brasil, contra o ABC, em São Januário.

O ingresso mais barato passou de R$ 90 para R$ 150, a inteira, e com o orçamento dos torcedores já comprometido pelos clássicos da reta final do Estadual, o público médio do estádio caiu de 19.362 para 13.329.

A arrecadação subiu de R$ 842.031,00 para R$ 1.090.015,00, mas o público abaixo da média quebrou o clima de “caldeirão”.

O empate em 0 a 0, com derrota nos pênaltis, eliminou o time do torneio e o clube deixou de faturar o prêmio de R$ 2,1 milhões da fase seguinte.

O tal artigo fez com que alguns clubes revisassem seus planos de Sócio Torcedor.

Não só reajustando valores, como limitando o “check in”, que nada mais é do que o passe livre nas catracas.

E por que isso?

Porque com a cobrança no borderô do valor dado como desconto aos adeptos dos planos, a renda bruta aumenta e faz subir os valores das taxas referentes aos 5% da federação local e aos 5% do INSS.

Ou seja: os executivos enxergaram considerável perda de receita anual e decidiram rever o valor dos ingressos e os benefícios em dias de jogos com intuito de não perder faturamento na rubrica.

Principalmente nos clubes já sob a gestão das SAF’s.

Na semana passada, a diretoria do Botafogo anunciou seu novo plano e comunicou também o reajuste de 333% no preço do ingresso do setor leste inferior das arquibancadas do Nílton Santos para o jogo de abertura da Série A, neste sábado (15), contra o São Paulo.

O bilhete que em 2022 custou R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia) passou a R$ 200 e R$ 100, respectivamente.

A torcida reagiu com veemência, boicotando a venda antecipada e ameaçando não entrar no estádio.

Foi preciso uma reunião de emergência para explicar as razões do aumento e alinhar as expectativas.

Os dirigentes entenderam as alegações dos torcedores e apaziguaram o clima reduzindo o preço dos ingressos para o jogo o contra o Universidad César Vallejo pela Sul-Americana.

Como a Conmebol não cobrará os valores dos descontos concedidos aos sócios torcedores como a CBF, houve margem para a redução do preço e atrair a massa para o jogo da próxima quinta-feira (20).

O setor leste inferior, que desta sábado (15) custará R$ 200, a inteira, passará a R$ 150, com o setor popular sendo transferido do setor norte para o leste superior e custando os mesmos R$ 60.

Fonte: Gilmar Ferreira - via X