Reforço na estrutura e pressa em obras geraram aditivo no Maraca
Reforço estrutural e pressa nas obras são os principais motivos para um significativo aumento de quase R$ 200 milhões no custo da reforma do estádio do Maracanã, em um aditivo que foi assinado pelo Governo do Rio de Janeiro e publicado no Diário Oficial na última segunda-feira. Com o aumento no valor, o orçamento subiu para R$ 1,049 bilhão, mas os gastos totais chegam a 1,127 bilhão por causa de obras intramuros, contrato de gerenciamento e correções monetárias.
Questionada pela reportagem do ESPN.com.br sobre esse último aumento divulgado nesta semana, a Secretaria Estadual de Obras do Rio apontou \"obstáculos imprevisíveis ao longo da sua execução e significativas alterações do projeto\" como justificativas. Entre esses imprevistos, os reforços estruturais em lajes e vigas do estádio são citados.
Por causa do atraso, o Maracanã seria finalizado apenas em setembro de 2013, dez meses após a previsão inicial e ficando fora da Copa das Confederações, que será disputada entre os dias 15 e 30 de junho. Por isso, as obras tiveram que ser aceleradas, técnicas diferenciadas de construção foram implantadas e operários trabalharam em turnos extras, elevando o custo da reforma.
\"À medida que prosseguia a execução da reforma, constatou-se que as áreas que necessitavam de recuperação/reforço estrutural eram muito mais extensas e em maior quantidade do que aquelas indicadas nos estudos iniciais de patologia\", explicou, em resposta enviada por e-mail, a Secretaria de Obras.
\"Os impactos decorrentes de todos os imprevistos ocorridos levariam o prazo de conclusão da reforma para setembro de 2013. Como tal data não atenderia à meta instituída pela Fifa para a realização da Copa das Confederações, optou-se pela adoção de metodologia diferenciada para as arquibancadas (estruturas metálicas) e implantação de medidas de aceleração (turno adicional e horas extras), sempre atendendo às boas técnicas de segurança e engenharia requeridas para o empreendimento\", completou.
O valor inicial do contrato, licitado em agosto de 2010, foi de R$ 705 milhões. Em setembro de 2011, passou para R$ 859 milhões, e o último aditivo elevou o custo em 60% em relação ao que era previsto inicialmente.
Depois de dois anos e nove meses fechado para reforma, o Maracanã foi reaberto no dia 27 de abril em um evento-teste com apenas 30% de sua capacidade, em uma partida festiva entre amigos dos ex-jogadores Ronaldo e Bebeto. Apesar de completamente reformulado e muito mais moderno, o jogo mostrou o principal estádio do Rio de Janeiro com obras inacabadas e reaberto às pressas. Por causa disso, um novo teste que seria realizado no dia 15 de maio foi descartado pelo Governo.
A reinauguração oficial está marcada para o dia 2 de junho, no amistoso entre as seleções do Brasil e da Inglaterra. O Maracanã será palco de três jogos da Copa das Comfederações: México x Itália (16 de junho), Espanha x Taiti (20 de junho) e a final (30 de junho).
Confira a justificativa enviada pela Secretária Estadual de Obras do Rio de Janeiro:
Para cumprir as recomendações e exigências da Fifa, o Governo do Estado do Rio de Janeiro elaborou um projeto de modernização do Maracanã, de acordo com o mais alto nível de sofisticação da engenharia.
Inaugurado em 16 de junho de 1950, o estádio passa por uma série de intervenções, algumas de caráter estrutural, que vão proporcionar mais conforto e segurança ao torcedor. Iniciada em agosto de 2010, a reforma vai transformar o Maracanã em uma arena moderna, segura e confortável.
Uma obra dessa magnitude pode enfrentar obstáculos imprevisíveis ao longo da sua execução. As significativas alterações do projeto decorrentes dos estudos de patologia de suas estruturas, como, por exemplo, as da antiga cobertura condenada por técnicos especializados e das rampas monumentais, além das determinações da Fifa (a certificação LEED é uma delas) no decorrer das obras, foram alguns dos imprevistos enfrentados.
Outros fatores também alheios à vontade e controle do Consórcio Maracanã 2014 impediram que as obras avançassem conforme inicialmente planejado. O principal desses fatores foi o expressivo aumento de quantitativo de recuperação e reforço estrutural e de demolição verificadas no decorrer das obras.
À medida que prosseguia a execução da reforma, constatou-se que as áreas que necessitavam de recuperação/reforço estrutural eram muito mais extensas e em maior quantidade do que aquelas indicadas nos estudos iniciais de patologia. Foi executado, por exemplo, o reforço nas lajes de piso do 1º, 2º, 3º, 4º e 5º pavimentos, não previsto anteriormente, uma vez que o processo de deterioração não aconteceu de maneira uniforme. Sendo assim, as frentes de serviço de execução de alvenarias não puderam ser iniciadas antes da execução do reforço das lajes de piso.
O reforço da viga π, a execução de alvenarias e execução das lajes dos pisos simultaneamente, além das recuperações das vigas-parede na linha C e execução das fundações da estrutura metálica (linha C), são outros exemplos. Os impactos decorrentes de todos os imprevistos ocorridos levariam o prazo de conclusão da reforma para setembro de 2013. Como tal data não atenderia à meta instituída pela Fifa para a realização da Copa das Confederações, optou-se pela adoção de metodologia diferenciada para as arquibancadas (estruturas metálicas) e implantação de medidas de aceleração (turno adicional e horas extras), sempre atendendo às boas técnicas de segurança e engenharia requeridas para o empreendimento.
Dessa forma, a adoção de medidas decorrentes de fatores não previstos à época da licitação, que acarretaram em diversas modificações do projeto, devido a fatos supervenientes e imprevisíveis, gerou alteração no montante do contrato para R$ 1.049.999.831,62, valor que é permitido por lei (artigo 65, parágrafo 2º da Lei 8.666/93).
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