Torcida

Rebaixamento: torcedores fazem promessas para evitar o pior

Bruno de Luna ainda lembra muito bem do alívio que sentiu com o gol de Henrique, na vitória sobre o Atlético-PR, por 1 a 0, na penúltima rodada do Brasileiro de 2004, resultado que livrou o Vasco do rebaixamento. Na época, apesar do sofrimento, ele tinha a certeza de que sua equipe de coração ia escapar do pior. Quatro anos depois, ele vive a mesma agonia e dessa vez apelou até para os santos. O estudante de engenharia de 26 anos prometeu raspar o cabelo caso a equipe escape da Segundona.

— Nunca fiz nenhuma promessa. Essa é a primeira, mas por um bom motivo — diz Bruno, que jamais raspou o cabelo. — Vai ser um grande sacrifício. Mas dizem que para valer, a promessa tem que ser um sacrifício — completa

A namorada ainda não sabe da idéia.

— Melhor ela reclamando do que os amigos zoando — afirma Bruno, que vive no meio de vários flamenguistas e ainda tem um irmão botafoguense: — Dei o azar de ser o único vascaíno da turma.

Não menos desesperado do que Bruno, o engenheiro Luiz Gustavo de Castro, de 34 anos, foi ainda mais ousado. Prometeu dar uma volta no campo de São Januário carregando uma caravela em madeira, com a cruz de malta desenhada. Depois, vai deixar a caravela no altar da capela de Nossa Senhora das Vitórias que fica no estádio.

— Ainda não sei onde vou arrumar essa caravela, mas não tem problema, dou um jeito, nem que eu mande vir de Portugal — brinca o torcedor.

Mais de mil promessas

Na comunidade oficial do Vasco no Orkut, mais de mil torcedores deixaram suas mensagens com promessas. O atendente Eduardo Henrique, de 18 anos, é um deles. Morador de Bangu, ele vai pagar com o estômago: prometeu ficar dois anos sem comer brigadeiro, seu doce favorito.

— Sou fanático por brigadeiro, mas pelo Vasco, deixo de comer — disse Eduardo, que mantém o otimismo. — A situação é difícil, mas temos que acreditar até o final.

O estudante paraibano Mário Sérgio Araújo, de 16 anos, ganhou até apoio dos pais na torcida contra o rebaixamento:

— Prometi não ir à festas por um mês e ser mais honesto com meus pais.

Morador de Teresópolis, o auxiliar administrativo Rafael Torres, de 22 anos, aproveitou a deixa para fazer uma boa ação.

— Se o Vasco não cair, vou doar metade do meu 13º salário para as vítimas das chuvas em Santa Catarina — promete.

Fonte: Extra