Raul: "Com a torcida fervendo São Januário, podemos ir mais longe"
Contratado pelo Vasco no ano passado, a pedido do ex-treinador Zé Ricardo, Raul vem se firmando como uma das principais peças do Cruz-Maltino na atual temporada. O volante é um dos nomes que traz consistência ao meio-campo do clube, que vem tentando se distanciar da zona de rebaixamento na disputa do Brasileirão, uma das metas do técnico Vanderlei Luxemburgo, que desde que chegou somou 26 dos 27 pontos que os cariocas somam na tabela de classificação.
Em entrevista exclusiva ao FOXSports.com.br, o meio-campista de 23 anos falou sobre a sua fase no Cruz-Maltino, das metas na temporada e ainda revelou que de fato foi procurado pelo São Paulo, no início do ano, apontando os motivos que o fizeram permanecer em São Januário.
Desde que chegou ao Rio de Janeiro, proveniente do Ceará, Raul soma 55 jogos pelo Vasco, um gol marcado e ainda o título da Taça Guanabara deste ano. Na atual edição do Brasileirão, entrou em campo em 19 partidas, todas elas como titular, e estará de volta para o compromisso contra o Avaí, na quinta-feira (10), na Ressacada, pela 24ª rodada, após cumprir suspensão contra o Santos.
Confira abaixo a entrevista exclusiva de Raul ao FOXSports.com.br abaixo:
FOX Sports: O Luxemburgo é um dos personagens do futebol brasileiro, por toda a sua personalidade, declarações. Ele também é assim nos bastidores?
Raul: "O Luxa é aquilo que vocês veem na televisão. Um cara que fala a nossa linguagem e uma das suas maiores virtudes é "abraçar" os jogadores"
Qual a sua opinião quanto ao VAR no Brasileirão? Contra o Athletico-PR, na 20ª rodada, você chegou a anotar o gol da virada em São Januário, mas ele foi anulado. Acha que, de alguma forma, essa tecnologia vem prejudicando o Vasco na competição?
"O VAR veio para dar mais justiça ao futebol. Se acharam que foi falta do (Oswaldo) Henríquez, sem problemas. Eu não posso julgar se foi ou não porque não é minha função. Única coisa que precisa melhorar é o tempo que os árbitros levam para decidir um lance"
A CBF decidiu tirar o Ricardo Marques, árbitro da partida contra o Corinthians, pela 22ª rodada, do quadro da Fifa para o próximo ano. O que achou da punição?
"Não é minha função comentar isso. Se a CBF achou justo, ok. Acredito que todos os seres humanos estão passíveis a erros, se esse foi o primeiro ou não dele, não sei. Com certeza tem profissionais mais capacitados apara avaliarem isso"
Como você avalia a chegada do Freddy Guarín? Poderá ser um jogador decisivo nessa sequência do Brasileirão?
"É um jogador com muita experiência, rodado e já disputou até uma Copa do Mundo. Já foi super bem recebido pelo grupo e esperamos que ele consiga nos ajudar dentro de campo, mas temos que ter paciência com ele. Guarín estava jogando na China por quatro temporadas e o calendário de lá é diferente do nosso"
O discursso do Luxemburgo é de que o Vasco, por enquanto, briga para não cair no Brasileirão, mas que depois pode alçar voos mais altos na competição. Para você, até onde o Vasco pode chegar esse ano?
"Primeiro vamos procurar atingir os 46 pontos. Depois é depois (risos). Mas com a torcida fervendo São Januário, como vem fazendo, podemos ir longe"
Qual tem sido o grande diferencial do Vasco na temporada? A equipe chegou a ficar na lanterna nas primeiras rodadas, com um único ponto somado, e agora está bem próximo da primeira parte dela...
"Isso foi até a quarta rodada, se eu não me engano. Realmente foi uma fase difícil, mas conseguimos dar a volta por cima. O Brasileiro é um campeonato muito longo e é importante a regularidade. O diferencial do Vasco é essa torcida que vem nos ajudando muito e a união que se tem aqui dentro. É um grupo sem vaidade"
O que tem contribuído para a sua boa fase no Vasco? Por que levou tanto tempo para você se firmar no time?
"Acredito que a família vem me ajudando muito para essa boa fase. É o que eu tenho de mais importante na minha vida. Na verdade, não demorei muito para me firmar na equipe, mas como não sou um jogador que faço gols ou dou assistências, apareço menos para o torcedor. Depois de mais de 50 jogos, acredito que os desarmes estão sendo mais vistos e eu fico muito feliz pelo reconhecimento. O torcedor vascaíno tem um carinho especial por mim. Rio de Janeiro tem algumas coisas parecidas com Fortaleza, como as praias, mas é uma cidade mais agitada e maior. Eu gosto daqui, mas lá é meu cantinho (risos)"
Especulou-se a sua saída para o São Paulo no ano passado. O clube realmente te procurou? Houve conversas? E por que você não saiu?
"Procurou, mas não passou disso. Não saí porque estou com a cabeça no Vasco, tenho contrato e estou feliz. Se um dia chegar algo e for bom para as duas partes, a gente senta e conversa"
Para você, como é poder ver São Januário lotado em todos os jogos? Era algo que já estava fazendo falta até mesmo para os próprios jogadores?
"Se tem uma coisa que não podemos reclamar, é da torcida. Eles comparecem e são fiéis, apoiam, enfim. A torcida quando ia em número menor fazia muito barulho e nos ajudava demais"
Qual a diferença de São Januário para os demais estádios? O jogador do Vasco sente uma energia diferente jogando lá?
"A diferença é que aquilo é um caldeirão (risos). Dizem que outros estádios são assim, mas por São Januário não ter uma capacidade alta, para nós jogadores é bom, porque a pressão fica maior. Outra diferença do estádio é a proximidade da torcida para o campo. Os adversários sentem".
Quem é a sua grande inspiração no futebol? Aquele jogador que te motivou a querer seguir a profissão, a gostar do esporte?
"Não tenho ninguém específico. Meu coloquei na minha cabeça desde criança que queria ser jogador e com muita dificuldade e trabalho consegui chegar num patamar difícil, que é a Série A".
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