Futebol

Ramon elogia Zé Ricardo e projeta estreia do Vasco na Libertadores

Ainda se recuperando de lesão em um dos ligamentos do joelho direito, o lateral Ramon não estará em campo na estreia do Vasco na Libertadores, diante da Universidad de Concepción, nesta quarta-feira, o Chile. Em participação no "Tá na Área", o jogador afirmou que espera uma partida complicada e acredita que o Cruz-maltino terá de entender o adversário nos primeiros minutos de jogo para entender como levar vantagem para o jogo de volta.

- Eu não conheço, sendo sincero, como a equipe da Universidad de Concepción joga. Se é uma equipe de posse de bola ou uma equipe agressiva. Mas, se tratando de Libertadores, esses jogos são muito difíceis. Acho que será um jogo de xadrez. A gente tem que estudar o adversário, vendo como eles se posicionam, como eles vão atuar nos primeiros 20 minutos, para a gente saber como atacar e como trazer uma vantagem do Chile para cá, para o Rio de Janeiro - disse Ramon.

A Chapecoense também estreia na Libertadores nesta fase, contra o Nacional, do Uruguai. Ramon comparou os adversários dos dois brasileiros e afirmou que, por se tratar de um clube jovem, fundado em 1994, a Universidad de Concepción estará muito motivada para surpreender o Vasco.

- O Nacional é uma equipe muito tradicional, campeã da Libertadores, jogar lá é muito difícil. Se tratando de nome, a Chapecoense pega uma equipe mais tradicional. A Universidad de Concepción é uma equipe desconhecida. É um clube de 23 anos, superjovem, essa motivação pode fazer com que eles se juntem. Teve promoção para o jogo, o estádio vai estar lotado, deve ter uma premiação caso passem da gente. Vai ser um jogo bastante duro para a gente dentro de campo.

Ramon sofreu lesão séria no joelho direito em clássico contra o Flamengo no Maracanã (Foto: Paulo Fernandes/Vasco.com.br)

Ramon também comentou que os problemas políticos na eleição para a presidência do Vasco acabaram afetando o elenco. O lateral lembrou que já encontrou problemas desde quando chegou ao clube. Além disso, lamentou que os dois primeiros jogos em 2018, pelo Carioca, tiveram portões fechados, justamente por causa da indefinição política dentro do Vasco.

- Esses problemas extracampo, desde quando eu cheguei, em julho, já começaram a afetar. Mas ficaram mais evidentes a partir de outubro, quando foi a eleição na urna. Eu, por ser um dos mais experientes, junto com o Anderson Barros, que era diretor, tentava não deixar chegar muito. Depois que eu machuquei, fiquei um mês em São Paulo, mas eu entrava muito em contato com o Zé Ricardo, tentava saber como estava. Querendo ou não, afeta dentro de campo. A gente ficou vários jogos sem jogar em São Januário, isso afetou o rendimento da equipe. Começar com dois jogos com portões fechados também afetou um pouquinho.

Após a eleição de Alexandre Campello como novo presidente, Ramon espera que os problemas políticos sejam superados e que a torcida esteja presente em São Januário para apoiar o time.

- Desejo que a torcida não abandone a gente, a gente precisa muito, principalmente nos jogos em casa. O que tinha para resolver foi resolvido. Ponto. Agora é começar do zero. Dar crédito também para o doutor Campello, eu trabalhei com ele. Neste ano, a gente vai precisar mais do que nunca deles do nosso lado, para a gente ser forte dentro de casa, como o Vasco sempre foi.

Ramon afirmou ainda que o técnico Zé Ricardo é um trunfo para o Vasco e acredita que o treinador soube acalmar o ambiente durante o período conturbado da eleição. Além disso, lembrou que a defesa titular de 2017 (Madson, Breno, Anderson Martins e ele) não está à disposição neste início de noa. No entanto, elogia os substitutos e crê que Zé Ricardo montará uma boa defesa.

- Nesse turbilhão todo em que se envolveu o clube nessas últimas semanas, eu sempre falava: "Dentro disso tudo, a gente tem o Zé Ricardo". É um cara sensato, que vai dar um jeito. Independente de quem vai sair ou vai ficar, ele vai ajeitar a casa.

- Nós perdemos a nossa linha defensiva inteira. Isso é complicado para um jogo tão importante. O Zé, com a maneira de trabalhar, com a calma, com a forma de conversar. Chegou o Erazo, o Ricardo está muito bem, o Henrique está crescendo muito de produção. O Yago também jogando na linha alta, voltou para a lateral e está tendo um bom desempenho. A gente está passando por um processo de readaptação.

Como exemplo, Ramon diz que, no clássico entre Flamengo e Vasco, no sábado, que terminou empatado por 0 a 0, os dois times estavam "iguais" dentro de campo. Antes de treinar o Cruz-maltino, Zé Ricardo estava no Rubro-Negro e, na opinião do lateral, deixou sua marca.

- Os dois times jogavam iguais, era idêntico. O Flamengo ainda herda muito o estilo do Zé Ricardo, e a gente também agora. Mesmo perdendo nossas peças defensivas, a gente conseguiu ter uma postura tática muito boa. As duas linhas se moviam certinhas, os dois da frente fazendo o que o Zé pede. O Ricardo estava com a gente no ano passado, mas treinar é uma coisa. Na hora de jogar um clássico no Maracanã, a estreia de um garoto, é difícil. Ele se saiu muito bem. A gente está nesse processo de entrosamento ainda. A gente tem muito a crescer. Daqui a pouco, o Breno volta, o Kelvin volta, eu estou voltando. A gente vai ajudar, vai agregar, para poder ter um bom ano.

O SporTV mostra o duelo entre Universidad de Concepción e Vasco ao vivo, a partir das 21h45 (de Brasília), nesta quarta-feira. O narrador Luiz Carlos Jr. e o comentarista Lédio Carmona acompanham a partida.

Fonte: Site oficial do Vasco