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Ramon e Antônio Lopes foram bem escolhidos? Jornalista comenta

Há pouco menos de um mês, escrevi sobre mais um momento agonizante do Vasco e terminei com o seguinte trecho: “O Vasco não é para iniciantes. O Vasco é para vascaínos. O Vasco (e assim deveria ser sempre) é para quem ama o clube”.

Muita coisa se passou desde então. O futebol parou. O Vasco, idem. O mundo todo está paralisado pela tragédia da Covid-19. Nesse intervalo, Abel Braga pediu demissão. O Vasco ficou sem treinador. E começaram os palpites e desejos dos cruzmaltinos.

Alguns queriam um português. Outros, Thiago Larghi. Especularam Fábio Carille. E muito se falou de Zé Ricardo, que, confesso, era o meu favorito. Pelo simples fato de achar Zé Ricardo um bom treinador, com o melhor trabalho, junto com Luxemburgo, nos últimos três anos em São Januário, e de custo baixo. Enfim, não era unanimidade, não existia nenhuma entre os torcedores, mas o ex-técnico do Flamengo, Botafogo, Fortaleza e Internacional parecia uma solução interessante.

 

Foto: ReproduçãoAntônio Lopes e Ramon participaram da conquista da Libertadores em 1998
Antônio Lopes e Ramon participaram da conquista da Libertadores em 1998

A diretoria surpreendeu e fez uma escolha que, no fim das contas, agradou a todos ou quase todos os vascaínos. E aí voltamos ao começo desse texto. Ramon Menezes, como treinador, e Antonio Lopes, como coordenador, não são iniciantes. São vascaínos.

Gostam, amam, respeitam e sabem as dificuldades do Vasco. Conhecem São Januário e seus corredores e labirintos. Entendem a cabeça e os anseios dos torcedores. Sabem o que podem pedir e o que o clube não pode gastar. E, no caso de Lopes, cansou de viver anos de política e de muita politicagem na Colina. É uma dupla-raiz. Uma parceria cascuda. E vencedora com a camisa do Vasco.

Se vai dar certo, não sabemos. Mas foi uma boa alternativa. Ramon é jovem, teve apenas três empregos, mas sempre foi sério, assertivo e reto em suas atitudes. Lopes tem seu jeitão característico, mas sempre ajudou. Nunca prejudicou o clube. Pelo contrário, só trabalhou, venceu muito e se doou.

Que os torcedores cruzem os dedos e ajudem os dois. Campello fez uma escolha interessante. Entregou o campo para quem é vascaíno. Optou por quem gosta de estar em São Januário. Escolheu a história em detrimento da pirotecnia. Daqui a muito tempo, infelizmente, saberemos se dará certo na prática.

Fonte: Blog Lédio Carmona - ge