Futebol

Queda de braço entre Matheus Índio e Vasco ganha mais um capítulo

Após oito meses, a batalha pelos direitos de Matheus Índio continua a todo vapor. Em decisão recente, o Vasco perdeu o agravo do recurso da última liminar obtida em abril pelo jogador no Tribunal Regional do Trabalho, mantendo-o no Penapolense, que se prepara para a disputa da Série D do Brasileirão. A situação não é irreversível, já que haverá um julgamento em data a ser marcada - talvez não mais este ano. E, mesmo em meio às dificuldades, os advogados do clube carioca não perdem a esperança de reaver os 60% que tem sobre a promessa.
Segundo a leitura de Vagner Barroso, a tendência é a de que a Justiça dê ganho de causa ao time formador, mas é preciso paciência. Ele também ainda não descarta tentar um acordo.

- Acreditamos que é questão de tempo (que o Vasco vença), mas não é um tempo nosso, é da Justiça. Com esse eventos da Copa acaba paralisando tudo. Até aqui, já tivemos vitórias importantes e não vamos desistir. Um caminho também pode ser resolver isso de forma menos traumática. O Vasco tem tido dificuldades para sentar e resolver isso da melhor maneira possível, porque ninguém da parte do Matheus quer - afirmou o advogado que presta serviços ao Vasco.

O imbróglio é complexo e cheio de idas e vindas. Depois de voltar da seleção sub-17, Índio reclamou a dívida de R$ 300 mil em luvas. Foi feito um acordo, mas a diretoria não pagou, e família e representantes entraram com uma ação alegando, com documentos, o atraso de sete meses no depósito do FGTS. O clube nega que tenha superado três meses, o que impediria tal cenário. Mas, a partir daí, com a rescisão na mão, o garoto acertou com o time paulista através de uma dissidência do grupo DIS para fazer uma ponte para o mercado exterior.

No entanto, uma sequência de alertas, liminares e medidas cautelares tiraram o meia dos campos por mais de três meses. Ele jamais se reapresentou ao Vasco e conseguiu jogar parte do Paulistão. Um dos recursos, inclusive, saiu no dia de partida contra o Corinthians, e a acusação de que estava irregular e que o clube poderia perder pontos deixou a tensão no ar.

- A situação é a mesma desde abril. Nós não havíamos sido notificados sobre a liminar e depois ela foi cassada. O Vasco perdeu novamente com o agravo e continua o registro do Matheus. Será bem demorado para julgar esse recurso. Se o Vasco quiser, pode ir ao TST (Tribunal Superior do Trabalho), mas, na minha visão, não cabe - explicou o advogado Aldo Kurrle.

VITRINE NA SÉRIE D

O Penapolense garante que o jogador, sob contrato até 2017, está valorizado e será cada vez mais destacado, mesmo com a pouca visibilidade da última divisão nacional. O Porto sondou sua situação no começo da temporada, mas recuou e não fez proposta oficial.

- Temos uma vitrine muito grande e respaldo para trabalhar. Tanto que saíram 11 jogadores por empréstimo desde a nossa campanha no Paulistão (chegou às semifinais) para as Séries A e B. Não recebemos propostas, mas trata-se de um grande jogador.Tem potencial e é um nome que será importante no cenário nacional. A qualquer momento pode vir alguém e vamos analisar - disse Paulo Carvalho, diretor de futebol do clube.

Quando ainda estava em São Januário, Índio viajou para a Inglaterra, onde fez um intercâmbio no Arsenal. O meia, então, com 16 anos, realizou o sonho de ganhar uma camisa e tirar uma foto com Theo Walcott, de quem é fã.

Fonte: ge