Quando a idade fala mais alto que a boa fase
No Vasco, Valdiram, um dos destaques da equipe na temporada, corre o risco de perder posição para Edílson, inativo há cerca de três meses. No Fluminense, Lenny, xodó da torcida, não conseguiu ficar em campo até o fim dos últimos dois jogos, contra Vasco e América, e está ameaçado de ceder lugar no time a Tuta. Apesar do discurso dos treinadores de que os que estiverem em melhor fase sempre serão escalados, alguns exemplos atuais do futebol carioca comprovam o contrário.
Entre as variantes que podem levar um suposto mais bem preparado ao banco de reservas está a inexperiência. Por mais que Cicinho e Gustavo Nery se destaquem nos jogos de Real Madrid e Corinthians, respectivamente, Parreira não abre mão de Cafu e Roberto Carlos entre os titulares da Seleção. Na Copa de 1998, Zagallo usou a mesma linha de raciocínio para escolher o substituto de Romário, cortado por lesão. Bebeto, apesar da fase não muito próspera no Botafogo, levou a melhor sobre Denílson, destaque do São Paulo, e Edmundo, craque do Campeonato Brasileiro do ano anterior.
Os 35 anos de Edílson aparentam ser mais atraentes a Renato Gaúcho que os 23 de Valdiran. Este ainda é considerado deficiente pelo treinador.
- Ele tem muito potencial, é jovem, está sendo de muita importância, mas precisa melhorar muito. Tem alguns defeitos que não foram corrigidos na base. Isso é um problema de todos os jogadores que chegam de equipes pequenas. Lá, os técnicos não se preocupam em corrigir esses problemas básicos - afirmou Renato Gaúcho, que confirmou a estréia de Edílson contra o Americano, domingo, mas não anunciou quem sai da equipe.
A pressão da torcida, em alguns casos, também influencia treinadores a optarem ou não por determinados jogadores. Em um jogo do Flamengo no Brasileiro de 1996, Fábio Baiano foi hostilizado quando se aquecia na beira do gramado para entrar em campo, fato que fez com que Joel Santana desistisse da substituição. No Vasco, sob olhares desconfiados dos torcedores, o meia também não conseguiu se firmar e acabou liberado para se transferir para o exterior, apesar do bom relacionamento com Renato Gaúcho.
Já no Fluminense, acontece o inverso com Lenny. Adorado pelos torcedores, o jogador tem sido freqüentemente substituído. Para o jogo de amanhã, contra o Operário-MT, pela Copa do Brasil, Paulo Campos adiantou a escalação de Tuta, mas não a de Lenny, de 17 anos.
- O Tuta está garantido. Ele é um homem-gol fortíssimo e estando bem fisicamente é muito importante. Lenny, Cláudio Pitbull e Evando são jogadores que têm como característica sair mais da área - disse Paulo Campos, preocupado em preservar Lenny. - É um jovem com personalidade e muita qualidade. Mas ele ainda é um jogador em formação e não é muito forte fisicamente. Temos que ter muito cuidado com ele - completou o técnico.
- SuperVasco