Público da final do Carioca perde para outras decisões estaduais
O Flamengo largou na frente na decisão do Carioca-2019 ao vencer o Vasco por 2 a 0 no jogo de ida, com dois gols de Bruno Henrique. Mas a sensação é que o ambiente no Nilton Santos não estava à altura da primeira final do Estadual.
Só pela atmosfera, parecia um jogo de oitava rodada do Brasileiro. A primeira final do Carioca foi apenas o sexto público de uma rodada de decisões pelo país, com 9.976 pagantes. Ficou atrás das finais de São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Rio Grande do Sul e Pernambuco. Dos torneios com times na Série A, o Carioca só ganhou do Goiano, Baiano, Paranaense e Alagoano. O Catarinense terá final apenas na semana que vem.
A escolha do estádio tem tudo a ver com isso, como provam os públicos recentes no Maracanã pelo Estadual — o que impulsionou o Rio a ter a competição com a segunda melhor média de público do país: 7.571 pagantes por jogo até domingo, só perdendo para o Paulista, com 8.845 pagantes.
— O Maracanã é a casa do Flamengo. É lá que o pessoal gosta de ir — disse o técnico rubro-negro, Abel Braga.
A opção de usar a arena do Botafogo foi uma posição política do Vasco diante do anúncio do Estado de dar a Flamengo e Fluminense a permissão de uso do Maracanã por 180 dias. Mas o cenário mostrou que a torcida não comprou o protesto.
Se a atual diretoria do Vasco tem o direito de se insurgir contra a maneira apressada com que o Governo do Rio entregou o Maracanã aos rivais, a presença (ou ausência) de público ontem parece mostrar que os anseios da torcida não estão representados. Além disso, se usasse o Maracanã para o primeiro jogo da final do Carioca, o Vasco continuaria lidando com a concessionária Maracanã S/A, que só se despedirá na quinta-feira. Assim, não estaria “dando” dinheiro ao Flamengo. Foi um protesto de pouco efeito que sabotou a primeira final.
— O campo do Nilton Santos hoje é melhor que o do Maracanã. Sabemos que historicamente nas decisões de Carioca o público espera a segunda partida, porque entende que a decisão é só no último jogo. Já era esperado que o público na primeira partida fosse menor — disse o presidente do Vasco, Alexandre Campello.
O dirigente vascaíno ainda usou um argumento financeiro para justificar a escolha pelo Nilton Santos:
— Com nossa atitude, minimizamos o prejuízo. Poderia ter um público maior no Maracanã, mas com prejuízo, como aconteceu outras vezes. Com esse público, a gente não tem prejuízo.
Só que esse cenário não se confirmou no borderô. O documento será publicado pela Ferj hoje, mas o GLOBO apurou que tanto Vasco quanto Flamengo saíram com prejuízo de pelo menos R$ 160 mil. O rubro-negro teve a conta ligeiramente mais cara por bancar exame antidoping (R$ 6,2 mil).
O lado positivo do esvaziamento do jogo é que não houve confusão entre as torcidas, mesmo com a inversão de setores feita pelo Vasco: os flamenguistas ficaram no Norte e no Oeste.
— Fizeram uma série de alegações em relação às mudanças, que a torcida vem de trem. Mas o trem é para todos. A torcida do Vasco não iria descer de rapel, vindo de helicóptero. Viria de trem, ônibus, igual aos flamenguistas. Essa argumentação é absurda. Não teve problema com a torcida. Acho que temos uma polícia com competência e experiência para dar segurança. O lado do campo não evitou outras brigas e morte com espeto — disparou Campello, referindo-se ao episódio de 2017 em um clássico entre Botafogo e Flamengo.
Fonte: Agência O GloboMais lidas
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