Futebol

Psicóloga analisa comportamento do Vasco na final do Carioca

Os jogadores do Cruz-Maltino parece que sentiram o peso que é decidir um título contra o maior rival. No primeiro duelo da final do Campeonato Carioca, no empate em 1 a 1 contra o Flamengo, só faltou sair faísca no gramado. Com os ânimos para lá de exaltados, o time de São Januário cometeu muitas faltas e não poupou reclamações ao árbitro no decorrer da partida.

O técnico Adilson Batista é conhecido pelo jeito 'esquentado' e muito pilhado à beira do gramado. No entanto, o treinador garantiu que os jogadores não perderam o controle em campo. De acordo com ele, a arbitragem tem de saber levar o jogo.

- É um jogo que a arbitragem precisa controlar e, às vezes, deixam que muitas simulações aconteçam. Eu vi um time equilibrado, não vi descontrole não - explicou

Sem dúvidas, o lance de nervosismo que mais atrapalhou o Vasco foi a expulsão de Everton Costa. O atacante, que já havia recebido o cartão amarelo por tentar cavar um pênalti, foi punido novamente com o amarelo ao entrar de sola no lateral Leo e acabou deixando o Vasco com um a menos, ainda no início do segundo tempo.

Outro momento de muita tensão foi o lance em que André Rocha arrancou a camisa do zagueiro Samir. Na jogada, o lateral cruz-maltino acabou sendo punido com o cartão amarelo. O camisa 2 do Vasco reclamou de algumas decisões do árbitro Rodrigo Nunes de Sá.

- O juiz para muito o jogo. É difícil, não encostamos neles e não dão nada - comentou.

Com a palavra, Dra. Sâmia Hallage, Psicóloga da Seleção Brasileira de vôlei de praia masculino

Em um cenário como esse, temos que analisar dois fatores: o ambiente e o individual. O ambiente da decisão, o jogo importante, o histórico negativo de partidas decisivas contra o maior rival, a pressão por parte da torcida para conquistar o título - já que o Vasco está há 25 anos sem vencer o Flamengo em finais. Por mais que os jogadores do atual elenco não tenham vivido a história das decisões anteriores, de certa forma, eles carregam isso com eles.

Outro fator, que pode ser até muito mais preponderante, é o individual. Cada jogador tem uma forma distinta de reagir à pressão. Tudo depende de como ele aprendeu a lidar com esse estado. Geralmente isso começa na infância, ainda na escola ou no primeiro clube. Além disso, tem os fatores externos. Alguns jogadores têm a garantia de renovação de contrato, outros não. Têm jogadores que ganham um bom salário, outros não. Mas, em um contexto geral, tudo vai de acordo como cada individuo consegue reagir atuando sob pressão.

Fonte: Lancenet!